Bernardinho tem insônia por Rio 2016 e angústia por crise política

Bernardinho / Foto: Divulgação / CBV

Rio de Janeiro – Em entrevista ao portal UOL, o técnico da seleção masculina de vôlei, Bernardinho, admitiu sofrer de insônia devido à preocupação constante com o desempenho do Brasil nos Jogos Rio 2016. Mas não é só isso que gera angústia no treinador: a crise política pela qual o país vem passando também é motivo de agonia.
 
“O que me preocupa muito é a qualidade dos nossos políticos. Ao ver a votação, tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado federal, me preocupa ver que a maior parte dos nossos representantes é de má qualidade – e óbvio que há exceções nos dois casos. Eles não têm a capacidade, o conhecimento ou o conteúdo para estar ali nos representando num poder tão importante quanto é o legislativo. Mais do que isso, eles levam muito para o pessoal. Não debatem ideias e debatem pessoas”, analisa Bernardinho.
 
O técnico da seleção resumiu o sentimento com a atual situação política do país. “Eu particularmente acho que é um momento de angústia. Nenhum brasileiro pode estar feliz com o momento que o país vive. Não pode estar nem mesmo confiante porque você não enxerga líderes que inspirem imaginar que no futuro próximo teremos um futuro melhor. É fruto de preocupação. A gente olha para frente, para as futuras gerações, e eu vejo meu papel um pouco assim. Quem sabe tentar ajudar a criar condições para que uma outra geração que não a minha, porque não será a minha que vai transformar isso, possa mudar isso. Vejo cada vez mais a repulsa em relação à política. As pessoas não querem de forma alguma participar”, continua.
 
Bernardinho acredita que a crise política respinga na preparação da Rio 2016. “Quanto à questão de Olimpíada e de como está o clima, é um momento complicado. Eu, particularmente, tenho muitas frustrações em relação ao país. Isso tira um pouco essa coisa do brilho da Olimpíada. É um país em que muitas vezes eu questiono se há prioridades. Há tantos investimentos em tantas coisas, mas você vê no Rio de Janeiro um hospital fechando por falta de verbas e escolas desocupadas”, critica.
 
O treinador contou também que precisa se controlar para ter boas noites de sono. Normalmente, a ansiedade toma conta e ele sofre de insônia constantemente. Frustrações com jogadores que ficam de fora da convocação, preocupação com a performance dos que foram e outros aspectos são mencionados como motivos que tiram o sono de Bernardinho.
 
“Faltam três meses para as Olimpíadas, mas desde já perder a qualidade das noites e não conseguir dormir direito pensando nessas coisas todas. Essa paranoia extrapolou os dias e começou a ir para as noites. Tenho de trabalhar para que eu possa seguir fazendo as coisas que têm de ser feitas e tomar decisões com serenidade, sabendo que fazem parte do processo, por mais duras que possam ser”, relata.
 
Por fim, Bernardinho não vê o Brasil como favorito no torneio olímpico e enxerga outros adversários à frente da seleção. “Você tem adversários que estão numa grande condição, gerações talentosíssimas que algumas equipes têm. Talvez até superiores à nossa, e isso é fruto de preocupação também. Temos de arrumar formas de sermos competitivos contra essas grandes equipes”, conclui o treinador.
 
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