Bicampeões olímpicos lamentam exclusão da classe Star da Rio-2016

Bicampeões olímpicos criticam saída da Star / Foto: AgifRio de Janeiro - A classe mais vitoriosa da vela brasileira em Olimpíada está fora dos Jogos de 2016 no Rio de Janeiro. O conselho da Isaf - Federação Internacional de Vela - se reuniu em São Petersburgo, na Rússia, para definir o cronograma das classes para a competição e excluiu a categoria do evento.

O resultado prejudicou o Brasil, que tem tradição na Star. Desde Seul 88, o País tem sempre um velejador no pódio, com exceção de Barcelona 92. Nesse período, foram duas de ouro, uma de prata e duas de bronze.

"Já era esperada essa decisão. Foi política e não técnica. Tem muito lobby e interesses. É um pecado a Star ficar de fora da olimpíada do Rio de Janeiro. Nós temos um excelente retrospecto de medalha na Star", lamentou Torben Grael, maior medalhista do País nos Jogos. Torben não conseguiu apontar uma classe que pode substituir a Star à altura no Brasil e exigiu atenção especial na renovação da vela. "Talvez a classe 470 possa ser a referência agora, mas é muito difícil. É hora do COB apoiar a garotada para renovar a vela nacional".

A classe Star é a mais antiga do programa olímpico e está presente desde 1932. Na última edição dos Jogos, em Pequim, Robert Scheidt e Bruno Prada ficaram com a medalha de prata.

Torben Grael recebeu a notícia durante o Match Race Brasil 2011. O velejador comandou o Rio Yacht Club, de Niterói e a equipe dele e de Marcelo Ferreira foi eliminada na primeira fase da competição barco contra barco. O RYC tentava o tri do evento.

O fato negativo pegou todos os participantes do Match Race de surpresa neste sábado (7) no Iate Clube do Rio de Janeiro. O evento reúne os principais nomes da modalidade no País.

"É lastimável pelo que a classe fez nos últimos anos. Os brasileiros sempre estão entre os primeiros do mundo na Star. Fica uma pequena esperança. Vou torcer agora para o COB reverter a decisão", completou Marcelo Ferreira, dono de três medalhas ao lado de Torben.

Outro que criticou a decisão da Isaf foi o campeão mundial de Star Alan Adler, que comanda o Marina da Glória (RJ) no Match Race Brasil. "É uma pena já que todo velejador tenta chegar à Star e depois passa para desafios maiores como a vela de oceano. É uma perda para o esporte a saída da classe", resumiu.

CBVM não desiste - O superintendente da CBVM, Ricardo Baggio, não escondeu a insatisfação com a decisão divulgada neste sábado(7). O dirigente reforçou a necessidade de reunir os nomes da classe e tentar reverter a situação. "Essa decisão tira a oportunidade dos ídolos do esporte brasileiro de competir em casa. Nós temos uma vantagem por ser o país sede e isso tem um peso muito forte. Agora é ter calma e esperar a volta do nosso representante na Isaf".

O Match Race Feminino, que participará pela primeira vez da Olimpíada no ano que vem, em Londres, também foi excluído do programa para 2016. As brasileiras, que estão em campanha para conquistar a vaga, participam do evento no Rio de Janeiro. Juliana Mota, Larissa Juk e Marina Jardim criticaram a posição da Isaf.

Segundo Marina, primeiro, a entidade deveria avaliar o que ocorrerá na Inglaterra. "Eu acho triste tirar antes de testar. Será um sucesso e as pessoas vão entender a vela mais facilmente. Pra mim é muito triste. Uma pena", ressaltou a tripulante feminina do Marina da Glória no Match Race Brasil.

As semifinais e finais do Match Race Brasil serão disputadas neste domingo a partir das 10 horas, na Baía de Guanabara. Marina da Glória (RJ) enfrenta o Búzios Vela Clube (RJ) em uma decisão. Na outra, a Marinha do Brasil (RJ) pega o Veleiros do Sul (RS). Os vencedores decidem o título e os perdedores o terceiro lugar.

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