Veterano argentino conquista vaga olímpica após superar câncer

Santiago e Cecilia velejando na classe Nacra 17 / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro - Depois de abandonar a vela olímpica após cinco edições dos Jogos e duas medalhas de bronze na classe Tornado, o velejador argentino Santiago Lange decidiu se dedicar à America's Culp, com barcos maiores e na vela oceânica. 
 
Um convite para velejar na classe Nacra 17, de Cecilia Carranza, porém, mudou sua vida novamente. Ano passado, um segundo lugar no Mundial, ao lado de Cecilia, lhe rendeu a vaga olímpica. 
 
Seus filhos, velejadores da classe 49er, faltavam se classificar. E, além disso, Santiago mal sabia que estava prestes a passar por um dos maiores desafios de sua vida - e para além dos mares.
 
O argentino descobriu um tumor no pulmão em abril deste ano e fez de tudo para não operar. Não parou de competir, mesmo seu desempenho estando abaixo do esperado: ficou em nono no evento teste realizado em agosto, na Baía de Guanabara, e em 15º no Mundial. 
 
Tudo isso o convenceu a passar pela cirurgia, em setembro. Retirou o pulmão esquerdo em uma operação de risco em Barcelona, na Espanha. Teve alta após cinco dias e voltou a velejar um mês depois. Agora, orgulha-se de ter vencido o câncer e de só precisar passar por exames de rotina. 
"Não sei, sinceramente. O importante é que já estou podendo velejar. Cada vez que velejo recupero o meu ritmo. Preciso apertar o ritmo. Sei que estamos atrás do que deveríamos estar. Estou com muita gana de trabalhar e cansar o pessoal mais novo. Mas até aonde e quando eu vou terminar, eu não sei", declarou o velejador ao GloboEsporte.com.
 
Agora dedica-se à conquista da vaga olímpica por seus filhos, Yago e Klaus. Os dois estão muito perto. "Voltei [para a Argentina] por causa deles. É a principal razão pela qual eu estou velejando. É uma maravilha, um sonho. Para mim vê-los velejar é um grande prazer. Poder me alegrar ou me entristecer, quando eles vão mal. Me vejo como um torcedor a mais. Estou super orgulhoso", afirma. 
 
O desempenho dos dois influencia, inclusive, Santiago na sua classe. "A tal ponto de termos um ano difícil no Nacra e eu ter uma conversa com Yago na semana passada que me ajudou muitíssimo a repensar a minha campanha. Eles cresceram tanto esportivamente que me ajudam também. Está claro que eles são o futuro do esporte, assim como outros, e há que escuta-los", finaliza o argentino.
 
 

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