Tocha visita o Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa

Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa (PR) / Foto: Ivo Lima / brasil2016.gov.br

Rio de Janeiro - Araucárias são árvores de grande porte, têm os galhos dispostos em diferentes níveis de altura e, de tão comuns no Paraná, acabaram virando símbolo do estado - embora estejam ameaçadas de extinção. Seu formato singular enfeita os brasões de oito municípios paranaenses. Também conhecidas como pinheiros-do-Paraná, elas dominam a paisagem do Parque Estadual de Vila Velha, unidade de conservação ambiental localizada em Ponta Grossa, e foi o ponto escolhido para dar início à passagem da chama olímpica pela cidade nesta sexta-feira (15.07). Nesta sexta-feira, a 20 dias para a abertura dos Jogos Rio 2016, a chama também passou por Fazenda Rio Grande, Araucária e Campo Largo. 

Localizado a 20 quilômetros de Ponta Grossa, o parque oferece um visual de cair o queixo. Estende-se por uma região de planalto uma cadeia de formações rochosas de arenito. De coloração avermelhada, as rochas adquiriram formatos inusitados, como a taça, símbolo da cidade. "É possivel encontrar formas de garrafa, de proa de navio, de urso, de bota e mais imagens que podemos criar com a imaginação durante a caminhada", destaca o chefe das unidades de conservação do Paraná, Harvey Schlenker. Além da maravilha geológica, o parque mantém protegidos o sistema de campos naturais, lagoas e furnas, crateras com água e vegetação em seu interior.
 
Foi esse cenário bucólico o escolhido para o ponto alto da passagem da chama por Ponta Grossa. O atleta de tiro esportivo paralímpico foi um dos privilegiados a levar o fogo olímpico pelas pistas de caminhada do Parque. "O parque é um jardim para mim, acho ele fabuloso. Cresci passeando entre esses arenitos", afirma. Médico oftalmologista, Garletti está classificado para as Paralimpíadas Rio 2016. "Antes, nós engatinhávamos na modalidade. Agora, temos condições de brigar por medalha", afirma.
 
Defensor da prática de exercícios e de hábitos saudáveis, o surfista e modelo Paulo Zulu, de 53 anos, encerrou a passagem da tocha na área do Vila Velha. O modelo percorreu um caminho que serpenteia entre os paredões de pedra, até chegar ao mirante que revela a famosa taça, para uma foto final. "Sou filho de professores de Educação Física e tinha que ir com eles para o trabalho. Acabei praticando vários esportes. A simbologia da chama é muito importante para as pessoas terem ideia de que o esporte é uma salvação para tudo", defende ele.
 
Circo no DNA
 
Na área urbana, Robert Salgueiro, de 23 anos, foi um dos 65 condutores a percorrer os 15 quilômetros de trajeto. Nascido e criado no circo, ele dá expediente como o Palhaço Picolé, mas domina outras artes, além da capacidade de despertar o riso alheio.
 
Ao lado dos cinco irmãos, aprendeu as técnicas do trapézio e do malabarismo. A linhagem começou quando a bisavó de Salgueiro fugiu com o circo. Hoje, ele representa a quarta geração da família a se dedicar ao picadeiro. O filho Cauã tem tudo para dar sequência à tradição. Aos 3 anos de idade, ele já pinta o nariz e usa sapato pontudo. Batizado de Palhaço Cajuzinho, o pequeno explode em gargalhadas ao se sentar sobre os ombros do pai para andar de monociclo.
 
Além de espalhar alegria por onde passa, o palhaço Picolé ministra aulas de circo a pessoas com deficiência, como cadeirantes, autistas e portadores de Síndrome de Down. "Cada ser humano traz dentro de si um broto prestes a florescer. É preciso acreditar no potencial das pessoas", acredita.
 
Ao descer da van que transporta os condutores aos pontos do percurso, Robert deu um beijo na mulher, um abraço emocionado no filho e seguiu, de braços abertos, para seu encontro com a chama olímpica. "Viajei com o circo pelos estados do Sul e nesse ponto me identifico com a tocha: Somos itinerantes", brinca.

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