Maria da Penha carrega tocha e elogia MC Biel excluído do tour
Rio de Janeiro - Retirado de última hora do revezamento da tocha olímpica depois de ser acusado de assédio sexual por uma jornalista, o funkeiro MC Biel viu de longe duas importantes personalidades do direito das mulheres carregarem a chama olímpica na última terça-feira.
Juliana de Faria, ativista e fundadora da ONG Think Olga, e Maria da Penha, famacêutica que deu nome e motivou a lei que leva o seu nome e que protege as mulheres de agressões. A exclusão do funkeiro de última hora foi elogiada por ela.
"Que medida maravilhosa! Importante! Só aplausos para quem tomou conhecimento dessa história e agiu assim. Ainda bem que isso aconteceu a tempo de retirá-lo de algo de grande visibilidade”, comemorou Maria da Penha, aos 71 anos.
“É bom que exista tolerância zero com algo assim. É um meio para que as pessoas entendam sobre respeito às mulheres”, emendou ela.
Maria da Penha é a mais emblemática vítima da violência doméstica no Brasil e sofreu duas tentativas de assassinato pelo marido em 1983 (primeiro ele atirou nela pelas costas e depois tentou eletrocutá-la). A paraplegia da farmacêutica é por conta disso. Hoje, ela quer cada vez que o tema esteja em voga.
“O tema nunca deixa de ser debatido. Pesquisas mostram que 98% da população brasileira tem conhecimento sobre a existência da lei. O que a gente precisa agora é fazer com que os gestores públicos invistam mais na questão do combate à violência doméstica longe dos grandes centros. É preciso cobrar para que os municípios tenham equipamentos que atendem à lei e que ofereçam condições para denúncias das mulheres”, disse Maria da Penha.
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