Após remover 96% das famílias, Rio quer urbanizar Vila Autódromo

Maria da Penha, uma das moradoras mais antigas, teve sua casa demolida no Dia da Mulher / Foto: Rio on Watch

Rio de Janeiro – O tenso processo de remoção das centenas de famílias que viviam na Vila Autódromo, bairro vizinho ao Parque Olímpico, já dura dois anos. Desde 2014, a prefeitura do Rio de Janeiro vem expulsando pessoas que moram no local há décadas com o intuito de promover a construção da obra olímpica e o acesso viário. Agora, com 96% das famílias removidas (799 das 824 que existiam), o prefeito Eduardo Paes anunciou, nesta terça, que irá reurbanizar a área.
 
A notícia da reurbanização veio no mesmo dia em que a prefeitura demoliu a casa de uma das lideranças do movimento de resistência às remoções na Vila Autódromo. No dia Internacional da Mulher, a moradora Maria da Penha, que cobrou de Paes por anos a reurbanização da área, foi forçada a deixar o bairro. Ela foi homenageada no seu dia na Assembléia Legislativa do Estado.
 
Paes afirma que Penha poderá voltar à Vila Autódromo após a reurbanização. Seu plano é construir 32 casas na área do bairro, asfaltar uma via e erguer duas escolas, montadas a partir das peças da arena olímpica de handebol, que é temporária.
 
“Vamos conversar com moradores sobre a melhor forma de implantar isso e o mais rápido possível. As obras duram uns dois ou três meses”, declarou Paes, ressaltando o custo do projeto: em torno de R$ 3 milhões.
 
A Vila Autódromo contava com 824 famílias antes da preparação do Rio para as Olimpíadas, segundo dados da prefeitura. Dessas, 275 precisariam sair porque uma avenida seria alagada ao lado do Parque Olímpico – hoje, apenas sete permanecem.
 
As demais famílias que saíram (531 de 549) optaram por isso em troca de indenizações da prefeitura. As 25 famílias que hoje se mantêm no bairro, seja entre os que deveriam ter saído ou não, poderão permanecer, segundo o prefeito.
 
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