Brasileira vê números olímpicos até em compras e placas de carro
Rio de Janeiro – Ana Cláudia Lemos, que ficou mais conhecida do público brasileiro após os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, quando foi ouro nos 200m rasos e no revezamento 4x100m, está vendo números em todos os lugares. Ela vê, conta, memoriza e foca. A obsessão da brasileira de 27 anos está diretamente ligada com sua participação nos Jogos Olímpicos de 2016.
No supermercado, por exemplo, ela explica o porquê do queijo ter um papel significante na sua rotina. "Tem um queijo também que o meu noivo gosta. Quando ele vai comprar, tem de escolher sempre um que tenha um valor referente a um tempo em que eu gostaria de correr. Ele fica procurando na prateleira, chega em casa e fala que é a marca para o próximo ano ou para o próximo treino", explica.
Outro objeto que a atleta constantemente associa ao seus objetivos dentro das pistas são as placas de carro. "É algo que eu costumo olhar quando passo pela rua. Se vejo um 1090, por exemplo, assimilo o resultado que eu quero nos 100m. Se é um 2230, penso no que eu quero fazer nos 200m", emenda.
A brincadeira é um dos simbolismo da meta de Ana Cláudia, que é correr abaixo dos 11s os 100m e por volta de 22s30 os 200m. No Pan de Toronto a brasileira quebrou a barreira dos 11s pela primeira vez mas, por causa do vento acima do permitido, o resultado não foi homologado. No mesmo Pan, ainda, ela sofreu uma lesão nos últimos 50m da eliminatória dos 200m e acabou fora da competição.
"Eu coloco metas diárias nos treinamentos. A primeira é sempre cumprir o treinamento e atingir os tempos pedidos, mas eu fico o tempo todo pensando no que eu posso fazer no ano seguinte e nos meus tempos", completa a atleta.
Tudo isso está relacionado com seu trabalho de mentalização. Outros atletas, como o nadador César Cielo, têm técnicas semelhantes. No caso dele, por exemplo, bilhetinhos com os tempos estabelecidos como metas ajudam a focar no índice proposto.
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