Handebol brasileiro teve ano de trabalho e conquistas
São Paulo - Este foi mais um ano de muito trabalho e conquistas para o handebol brasileiro. A modalidade que tem excelentes expectativas para 2016 com a disputa dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, tem feito uma grande preparação. Mas, antes de chegar lá, no caminho vieram mais títulos e resultados inéditos que consagraram o esforço e dedicação não só nas categorias adultas, mas também nas de base em 2015.
Para a Seleção Masculina, o ano começou agitado. Já em janeiro, a equipe comandada pelo espanhol Jordi Ribera disputou o Mundial do Qatar. Depois de fazer a última fase de preparação no Egito, o grupo partiu para o País do Oriente Médio em busca de um bom resultado e foi considerada a revelação do campeonato, mesmo tendo terminado com a 16ª posição. A evolução da Seleção foi clara e, apesar de ter garantido apenas duas vitórias (Bielorrússia e Chile), fez adversários como Espanha, Eslovênia e Croácia suarem para fechar o placar com vantagens mínimas.
A preparação para os próximos compromissos teve sequência com um torneio na Polônia com Egito, Romênia e os donos da casa, no qual o Brasil foi campeão. No meio do ano, os brasileiros foram a João Pessoa (PB) para o Torneio Quatro Nações, com Chile, Cuba e Tunísia, mais uma vez com vitória do time verde e amarelo. Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a Seleção Masculina enfrentou a Argentina na final e garantiu mais um título e, em novembro, a Seleção disputou a Supercopa na Alemanha com o time da casa, Sérvia e as equipes de Flensburg e Kiel, e ficou em terceiro lugar.
A Seleção Feminina foi a Angola na primeira etapa de preparação deste ano. Na sequência participou de um torneio na Romênia e, depois de outra fase de treinamento no Brasil, viajou para Cuba onde disputou o Pan-Americano da modalidade e foi campeã após vencer a Argentina na final. Ainda no meio do ano, a equipe disputou o Desafio das Campeãs em dois jogos com a Noruega, atual campeã olímpica, um deles com transmissão da Rede Globo. Já nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, a equipe feminina bateu a Argentina e garantiu mais um título. Em agosto, se reuniu novamente no Brasil com a presença de várias jovens atletas. Em setembro, a Seleção foi convocada para uma fase de treinamento na Espanha ao lado da Suécia e, em novembro, um grupo de jovens atletas representou o Brasil em um amistoso contra o Paraguai, em Assunção.
Em Brasília (DF), a Seleção Feminina foi recebida pela presidente Dilma Roussef antes de embarcar para a disputa do Mundial da Dinamarca, onde iria defender o título conquistado em 2013. Na competição na Europa, no início de dezembro, a equipe fez uma excelente fase de grupos, mas foi eliminada nas oitavas de final pela Romênia e ficou com a décima colocação.
No início do ano, a armadora esquerda Eduarda Amorim foi eleita a melhor jogadora do Mundo de 2014 em votação promovida pela Federação Internacional. Foi a segunda vez que uma brasileira garantiu o título (em 2012 o reconhecimento foi para a ponta direita Alexandra Nascimento). A honraria foi motivo de uma homenagem em um selo feito em parceria da Confederação Brasileira de Handebol com os Correios.
A Seleção Feminina de Handebol também será homenageada no Programa Anual de Selos Comemorativos e Especiais dos Correios pela conquista do Campeonato Mundial na Sérvia, em 2013. O reconhecimento ao feito inédito foi escolhido pela Comissão Filatélica Nacional entre 73 propostas sugeridas para o tema esportes, que foram enviadas pela população, entre junho de 2014 e junho de 2015. O selo será lançado em 2016.
A central Ana Paula Rodrigues foi escolhida como atleta do ano do handebol em eleição promovida pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Ela concorreu com o goleiro Maik Santos e com o armador Thiagus Petrus.
As Seleções de base masculinas tiveram um caminho de muita dedicação até chegar ao Mundial das categorias Júnior e Juvenil em meados deste ano. Já em fevereiro as equipes se reuniram em Blumenau para uma fase conjunta. Em março se juntaram novamente e a equipe Júnior disputou o Campeonato Pan-Americano em Foz do Iguaçu (PR) terminando com o título. A equipe Juvenil também foi campeã pan-americana. A competição foi disputada na Venezuela. No meio do ano, a Seleção Júnior se juntou com a Adulta em uma fase de preparação para o Mundial da categoria, que foi disputado em Minas Gerais. O campeonato foi um grande evento promovido pela CBHb com a participação de 24 Seleções nas cidades de Uberaba e Uberlândia. O Brasil ficou com a décima posição. Já a Seleção Juvenil Masculina foi à Rússia para o Mundial e ficou com a oitava posição, a melhor da categoria já conquistada até hoje.
Nas areias, as notícias também foram boas em 2015. O handebol de areia será um dos esportes disputados na próxima edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, em 2018, em Buenos Aires, na Argentina. A modalidade irá substituir a versão indoor e pode ser um grande passo para que ela faça parte dos Jogos Olímpicos no futuro. Para completar, a Federação Internacional de Handebol (IHF) convocou cinco brasileiros para um jogo de exibição na Suíça com os melhores atletas do Mundo. Para a equipe masculina foram chamados Bruno Oliveira, Thiago Gusmão e Gil Pires. Já na feminina, as atletas Patrícia Scheppa e Renata Santiago foram as convocadas. Em outubro, a Seleção Masculina de Handebol de Areia realizou cinco amistosos com o Qatar no País do Oriente Médio, já de olho no Mundial de 2016.
Em território nacional, a movimentação também foi grande. A equipe do TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté (SP) conquistou o tricampeonato do Pan-Americano de Clubes Masculino e garantiu a vaga para representar as Américas no Super Globe, o Mundial de Clubes, realizado no Qatar, terminando com o sexto lugar.
A Liga Nacional Feminina teve início em setembro e contou com a presença de seis equipes. Metodista/São Bernardo (SP) e UnC/Concórdia (SC) fizeram mais uma vez a decisão, com vitória do time paulista que conquistou o nono título. Na Masculina, 11 equipes entraram em quadra e a decisão do título ficou entre EC Pinheiros (SP) e TCC/Unitau/Fecomerciários/Taubaté (SP), com vitória do time da capital. Nos dois naipes, as finais tiveram transmissão dos canais SporTV, dando ainda mais visibilidade ao esporte. O calendário do handebol nacional durante o ano foi bem cheio, com a realização de competições como o Campeonato Brasileiro, Liga Nordeste, Copa Nordeste, Taça Amazônica e muitos outros espalhados por todos os Estados e realizados em diferentes categorias.
Nos Jogos Mundiais Militares, a equipe brasileira formada por terceiros-sargentos que jogam na equipe do Vasco/FAB (RJ) ficou com o sexto lugar.
Fora da quadra, a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) assinou um memorando de entendimento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para que a entidade esportiva seja um incentivador dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio, oito metas que a ONU espera alcançar para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Essa é primeira parceria que a ONU faz por meio do PNUD com uma Confederação.
Outra novidade criada pela CBHb foi a criação do evento 24 horas de handebol. A maratona será realizada no dia 1º de junho, nos 26 Estados e no Distrito Federal. A data escolhida para o evento também é significativa. É o dia em que a entidade completará 37 anos de fundação. A maratona de handebol promete colocar a modalidade definitivamente no clima olímpico, dois meses antes do maior evento esportivo do planeta.
Mesmo com tantas realizações, o handebol brasileiro ainda tem muito para conquistar e evoluir, segundo o presidente da CBHb, Manoel Luiz Oliveira. "Tivemos um ano com muitas alegrias e ficamos felizes por tantas conquistas e evolução em vários aspectos, porém, não foi tão bom quanto esperávamos, principalmente pela nossa Seleção Feminina não ter conseguido chegar mais adiante no Mundial da Dinamarca. Sabíamos que tínhamos condições de conseguir uma medalha novamente. Temos uma equipe qualificada e que ainda nos dará muitas alegrias. Vimos também uma grande evolução da equipe masculina que hoje consegue resultados extremamente positivos em torneios internacionais jogando de igual para igual com grandes Seleções", analisou o dirigente.
Manoel lembra que 2016 será um ano decisivo para o handebol brasileiro. "Estamos passando por um momento complicado no País e, por isso, não conseguimos realizar alguns projetos como gostaríamos. Nosso sonho é proporcionar cada vez mais uma Liga Nacional melhor e mais competitiva. Sabemos que os clubes também estão passando por um momento difícil e espero que 2016 seja melhor para todos, para que possamos trabalhar juntos em prol do handebol. No próximo ano também teremos a inauguração do nosso Centro Nacional de Desenvolvimento, que será um marco para a modalidade no País. Nossas expectativas são as melhores possíveis. Vamos continuar trabalhando muito para melhorar ainda mais em todos os setores", concluiu.
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