Bolt aconselha brasileiro que quer quebrar jejum de 28 anos nos 100m

Aldemir Gomes / Foto: Wagner Carmo / CBAt

Rio de Janeiro – Até hoje, Robson Caetano foi o único brasileiro a conseguir disputar a final olímpica da prova mais badalada do atletismo, quiçá dos Jogos Olímpicos: os 100m rasos. Na ocasião, o atleta foi quinto lugar em Seul 1988. Na Rio 2016, essa marca parece longe de ser batida, mas para Aldemir Gomes, o enorme sonho é possível, já que se embasa nos conselhos de nada mais nada menos que o homem mais rápido do mundo, Usain Bolt.
 
Desde que os dois disputaram a mesma bateria eliminatória dos 200m rasos, em Londres 2012, o atual bicampeão olímpico da prova se tornou algo como um conselheiro de Aldemir.  "Foi um momento sensacional na minha vida. Eu era jovem, tinha passado para uma semifinal e estava acompanhado de uma estrela como ele", descreve o carioca.
 
Na disputa em Londres, Bolt fez 20s39, enquanto que o brasileiro foi segundo, com 20s53. Bolt, como sabemos, foi campeão olímpica, enquanto que o brasileiro parou nas semifinais, sem repetir o bom desempenho da etapa qualificatória. Hoje, quando se trata dos 100m rasos, a situação de Aldemir é ainda mais complicada, já que ele detém apenas o décimo melhor tempo do país (10s37).
 
A relação dos dois atletas, ainda assim, se manteve. "Eu entendo pouco de inglês, mas ele sempre tenta manter contato comigo quando nos encontramos em alguma competição. Ele sempre me procura para conversar", relatou Aldemir.
 
No último Mundial, na China, quando o brasileiro estava incomodado com seu resultado nos 200m rasos (20s59, 36º), o campeão Bolt o abordou. "Eu saí um pouco chateado por não ter conseguido alcançar minhas metas. Ele veio até mim e falou: 'Cara, este ano é apenas mais um na nossa vida. Ano que vem vai ser O ano. Preste atenção no que eu estou falando. Ano que vem vai ser o nosso ano'. Um cara assim falando isso.... É o recordista do mundo, e eu tenho de respeitar", admitiu Aldemir.
 
"O recordista do mundo falando para você que você pode ser bom é como o Pelé dizendo para um moleque novo que ele vai conseguir se dar bem no futebol", completou o atleta, de apenas 23 anos, cujas melhores marcas estão perto do índice olímpico. Nos 100m rasos, já fez 10s20, enquanto que o índice é de 20s16; nos 200m, Aldemir já cravou 20s32, abaixo da meta para estar na Rio 2016, de 20s50.
 
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