Alison, em quarentena, sonha com pódio em Tóquio 2021

Alison Santos   / Foto: Wagner Carmo/CBAt

São Paulo - O paulista Alison Brendom Alves dos Santos, uma das principais promessas do atletismo brasileiro, em confinamento em seu apartamento em São Paulo, ele cumpre quarentena dupla: o isolamento social solicitado pelas autoridades e os 14 dias de cuidados por ter voltado dos Estados Unidos, onde treinava, no dia 28 de março, ambos provocados pela pandemia de COVID-19. Alison participou na sexta-feira (3/4) de um bate-papo ao vivo pelo Instagram da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e falou sobre os seus planos para depois que a pandemia passar.
 
Medalha de ouro nos 400 m com barreiras no Pan-Americano de Lima e finalista do Mundial de Atletismo de Doha-2019, o atleta do Pinheiros, nascido na cidade de São Joaquim da Barra, tinha como meta para 2020 correr a prova abaixo dos 48 segundos e bater o recorde brasileiro adulto, que pertence a Eronilde Nunes de Araújo, com 48.04, desde 1995. “Por causa do cancelamento e adiamento das competições, não pude correr. Não sei se teremos provas ainda este ano. A temporada está complicada. Mas em 2021, com certeza, vou atrás de meus objetivos pensando nos Jogos de Tóquio”, disse o barreirista de 19 anos, que tem o ex-velocista jamaicano Usain Bolt como ídolo.
 
Alison, conhecido como Piu no atletismo, conta que gosta de sonhar alto. “Temos de pensar grande e trabalhar muito para alcançar esses sonhos. Espero ser bicampeão olímpico”, afirmou. “No ano passado, meu objetivo era ganhar o ouro no Pan-Americano Sub-20, acabei ganhando e depois venci os Jogos Pan-Americanos, o Sul-Americano, a Universíade. A vitória no Pan de Lima me surpreendeu. Tenho alguns vídeos e quando vejo, acabo chorando.”
 
Medalha de ouro no revezamento 4x400 m no Mundial Sub-18 de Nairóbi-2017, e bronze nos 400 m com barreiras no Mundial Sub-20 de Tampere-2018, Alison mostra-se bastante otimista com a nova geração de atletas. “O Brasil tem destaques na nova geração dos 400 m com barreiras, como o Caio (Caio Teixeira). Ele é supertalentoso. Esse pessoal não quer saber se enfrenta atletas mais velhos. Encara todo o mundo de igual para igual”, lembrou o atleta, que no ano passado, por exemplo, venceu a sua prova no Grande Prêmio Brasil Caixa, em Bragança Paulista, superando estrangeiros e brasileiros bem mais experientes.
 
Alison, que estava treinando no Centro Olímpico dos Estados Unidos, em Chula Vista, na Califórnia, voltou ao Brasil por causa do aumento dos casos do novo coronavírus na região em que estava e da ameaça do cancelamento dos voos. Em seu apartamento faz atividades físicas, principalmente para os posteriores das coxas e abdômen. “É um trabalho tranquilo, para não perder tanto o condicionamento”, explicou.
 
O recorde sul-americano Sub-20 de Alison é de 48.28, obtido com a sétima colocação no Mundial de Doha, no Catar.
 
Alison lembra que começou no atletismo ao ser convidado para fazer um teste na escola e, aprovado, foi chamado para treinar. Disse que demorou quatro meses para ir, incentivado por um amigo que treinava. Foi descoberto pela técnica Ana Cláudia Fidélis, do projeto do Instituto Edson Luciano Ribeiro. No Pinheiros desde 2018, o atleta é treinado por Felipe de Siqueira, o mesmo da equipe brasileira masculina do revezamento 4x100 m, campeã mundial em Yokohama, no Japão, em 2019.
 
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