Usain Bolt corre para quebrar seu próprio recorde mundial dos 200m
Rio de Janeiro - Para quem termina uma semifinal Olímpica rindo, sem qualquer esforço, o tal recorde mundial que veio buscar nos 200m parece bem possível. Usain Bolt já passou pelos 100m, prova que considera mais difícil, e está a caminho da final dos 200m, marcada para esta quinta-feira (18), às 22h30, no Estádio Olímpico.
O dasafio de bater sua própria marca de 19s19, do Mundial de Berlim 2009, está lançado, mas Bolt reconhece que não vai ser fácil: “Preciso ser eficiente na curva. Se estiver na raia 6 ou 7, corro mais tranquilo. Mas para o recorde vou precisar que tudo dê certo, que faça uma corrida perfeita.”
Ele estará na raia 6. Fez 19s78 na segunda semifinal se poupando no final e cruzando a linha de chegada embolado com Andre de Grasse, que fez 19s80. Bolt, aliás, disse que chegou a ser empurrado e não entendeu por que o rival havia feito isso. Atribuiu o desentendido à idade do canadense, que tem 21 anos.
Blake e Gatlin fora do caminho - A final não terá dois dos maiores oponentes de Bolt. O jamaicano Yohan Blake completou a prova em 20s13 e disse que não tinha como justificar seu desempenho. Já o norte-americano Justin Gatlin colocou na conta de um tornozelo lesionado o fato de não ter se classificado para a final. Em tempo: o próprio Bolt disse não ter se surpreendido com o tempo de Gatlin depois de tê-lo visto correr nos 100m.
Os finalistas dos 200m são, da raia 1 para a 8: Ramil Giuliyev, da Turquia (20s09), Adam Gemili, da Grã-Bretanha (20s07), Alonso Edward, do Panamá (20s04), Merritt Lashawn, dos Estados Unidos (19s74), Usain Bolt, da Jamaica (19s78), Christophe Lemaitre, da França (20s01) e Churandy Martina, da Holanda (20s10).
Com o ouro dos 100m, Bolt já conseguiu um de seus três tricampeonatos Olímpicos possíveis. Mas ele quer o tri também nos 200m. Veio aqui para isso, já declarou. Essa é sua prova favorita porque ele consegue aproveitar seus ponstos fortes como velocista. Se não tem um tempo de reação tão bom para a largada, Bolt consegue se recuperar no momento de aceleração, perto dos 70 metros.
Mais tempo para "ser Bolt" - Nos 200m, Bolt tem mais “tempo” para manter essa aceleração. Para isso, no entanto, é preciso muito controle de seu próprio corpo na curva da prova: o atleta se inclina para dentro e então estabelece a angulação ideal de seu ponto básico de equilíbrio (no umbigo) em relação ao piso. Precisa fazer tudo isso sem perder velocidade.
É essa inclinação perfeita que Bolt precisa, quando fala da eficiência necessária e da prova perfeita que terá de fazer, para bater seu próprio recorde mundial – e chegar ao tri também dos 200m.
Depois, ainda terá pela frente mais outra prova para se divertir mais um pouco: o revezamento 4x100m, que será às 22h35 da sexta-feira (19). Se o time da Jamaica levar o revezamento, Usain Bolt poderá conseguir seu triple-triple: tricampeão Olímpico consecutivo nos 100m, nos 200m e no 4x100m.
Aí então poderá comemorar seu aniversário de 30 anos mais feliz ainda no domingo (21), dia que coincide com o encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Ele é forte candidato a carregar a bandeira de seu país, já que isso não aconteceu na cerimônia de abertura.