COI prevê sanções a Isinbayeva por comentários antigay
Rio de Janeiro - Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), criticou a atleta russa Yelena Isinbayeva por fazer comentários apoiando as novas leis antigays do seu país. Em entrevista à BBC britânica, Jacques disse estar decepcionado com a bicampeã olímpica do salto com vara, cujas observações dadas recentemente parecem sugerir que os gays não sejam normais.
Isinbayeva, um ícone na Rússia e próxima do círculo do presidente Putin, causou indignação quando criticou as atletas suecas Emma Verde Tregaro e Moa Hjelmer por pintar suas unhas com as cores do arco-íris, símbolo do orgulho gay. À época, ainda durante o mundial que seu país sediou, a atleta condenou a espécie de manifestação das suecas. "É uma falta de respeito com nosso país, com nossa população, porque nós somos russos. Talvez sejamos diferentes dos outros europeus, mas temos uma lei que deve ser respeitada", comentou.
Embora Isinbayeva tenha vindo a público no dia seguinte emitir um esclarecimento sobre suas declarações, feitas depois que ela ganhou seu terceiro título mundial em Moscou há duas semanas, Rogge ainda considera a possibilidade de removê-la como embaixadora dos Jogos Olímpicos da Juventude e como prefeita da vila olímpica em Sochi.
"Foi decepcionante", disse. "Felizmente, ela reagiu a isso em sua segunda declaração. Mas ela não deveria ter feito isso. Não deveria ter intervindo com tais palavras e tal debate. Foi definitivamente um julgamento imprudente", sentenciou Jacques.
A nova legislação da Rússia proíbe a chamada propaganda gay para crianças, sob risco de influencia-las, segundo o parlamento russo. A aprovação da lei levou à condenação internacional do governo de Vladimir Putin.