Brasileiro fará percurso olímpico pela primeira vez na história

Guilherme Jorge, à direita, posa com Bob Ellis, responsável pelo percurso de Londres 2012 / Foto: Arquivo Pessoal

Rio de Janeiro – O brasileiro Guilherme Jorge, depois de 23 anos de carreira, foi escolhido para ser o criador do percurso do hipismo nos Jogos Olímpicos de 2016. Será a primeira vez, na história dos Jogos, que um brasileiro é incumbido da missão. O design já está sendo desenhado por ele. 
 
“Já armei provas em mais de 20 países, em todos os níveis de dificuldades, mas sem dúvida o percurso das Olimpíadas será o mais importante da minha carreira. Se não me engano, são quatro ou cinco esportes que precisam de um designer. O golfe, o mountain bike... e eu fui o único brasileiro escolhido dentre todos os armadores, para fazer o de hipismo”, orgulha-se Guilherme. 
 
Para o designer, o fato de ter um brasileiro numa missão tão importante demonstra o nível do hipismo no país, que já foi campeão olímpico com o cavaleiro Rodrigo Pessoa, em Atenas 2004. “Reflete o nível da modalidade, os títulos e todo trabalho feito até hoje”, afirma. 
 
Guilherme lida com o hipismo desde que era um adolescente. Até os 17 anos costumava saltar, na categoria júnior do esporte. Depois foi para a faculdade e, com o diploma de veterinário, continuou perto dos cavalos. A mudança de função começou quando ele conheceu Hélio Pessoa, tio do campeão Rodrigo Pessoa, e Joberto Fonseca, ambos armadores de percursos. 
 
“Trabalhei com os dois (Hélio Pessoa e Joberto Fonseca) e, a partir daí, foram surgindo as oportunidades. É uma maneira muito interessante de estar perto do esporte, participar ativamente. Cada vez que um cavaleiro entra se depara com um percurso diferente. E nós, desenhadores, temos muita influência, participamos ativamente no desenvolvimento da modalidade. Sempre fui apaixonado por hipismo, então fui me desenvolvendo, me aprofundando, sendo assistente dos mais experientes para chegar onde estou hoje”, explica. 
 
Os desenhos das pistas de Deodoro, para as provas de saltos nas Olimpíadas, serão mantidos em sigilo até o dia da competição – entre 14 e 19 de agosto de 2016. “A tradição dos jogos é fazer obstáculos ligados à cultura do país-sede e em 2016 vão ser todos projetados retratando a cultura do Brasil”, adianta Guilherme. 
 
O desenhista ficou credenciado para tal missão depois de importantes percursos de sua responsabilidade, como o dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, de duas finais da Copa do Mundo e por ter trabalhado como assistente do responsável pelos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Londres 2012.
 
 

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