Esquema de dopagem atingiria 99% dos atletas olímpicos da Rússia
Rio de Janeiro - Uma nova polêmica envolvendo a Rússia e os esportes olímpicos surgiu nesta quarta-feira, com um documentário exibido pela TV alemã MDR. A peça denuncia um esquema de dopagem em massa entre os atletas russos. Segundo a informação, 99% dos atletas olímpicos fariam uso de substâncias proibidas.
A três anos e meio da Copa do Mundo de 2018 e quase um ano após ter sediado os Jogos Olímpicos de Sochi, a Rússia volta ao centro das atenções com a gravíssima denúncia.
Detalhes mostrados no documentário dão conta de que o esquema seria alimentado por corrupção e envolveria inclusive agentes responsáveis pelo controle da dopagem no País e um laboratório de controle antidoping. Mais grave ainda, a IAAF (Federação Internacional de Atletismo) estaria envolvida no esquema.
A denúncia traz que os atletas eram incentivados a congelarem amostras limpas de urina para utilizarem de forma a burlar eventuais amostras com doping no futuro. Com isso, usavam anabolizantes que a Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) proíbe.
David Howman, presidente da Wada, veio a público e se disse chocaco com a notícia. O mandatário prometeu investigar o caso.
O documentário foi produzido pelo jornalista alemão Hajo Seppelt, a partir da denúncia de dois atletas russos banidos por doping: Yuliya Stepanova, fundista do atletismo e Vitaliy Sepanov, marido e ex-oficial da agência antidoping.
Vitaliy contou que atletas de modalidades como esqui, natação e levantamento de peso não chegavam nem a ser testados. E se atletas de ponta, esperanças de medalhas, fossem pegos, a entidade faria vista grossa. "Você tem que se dopar. É assim que funciona na Rússia", disse.
O diretor do labotarório de dopagem da Rússia, Grigory Rodchenkov, negou todas as acusações. Por enquanto apenas a IAAF prometeu apuração profunda do caso.