Com ensinamentos da família, Arthur Nory realiza sonho olímpico

Ginasta entra em cena no dia 6 com foco na barra fixa e na disputa individual geral / Foto: Alexandre Loureiro/Exemplus/COB

Rio de Janeiro - Desde pequeno, Arthur Nory sabia dar estrelas e mortais graças ao irmão, Israel, nove anos mais velho, que adorava ensinar saltos e acrobacias, aprendidos na rua mesmo, ao caçula.
 
Aos 11 anos, quando já fazia judô há quatro, Nory começou a acompanhar a carreira de Daiane dos Santos, ao mesmo tempo em que via os treinos da ginástica artística no mesmo clube em que dava seus ippons e wazaris, depois da aula. Resolveu testar. Por dois anos, praticou os dois esportes. Aos 13, a sementinha plantada pelo irmão falou mais alto.
 
“Eu não gostava tanto dos treinos de judô, fazia corpo mole. Mas era para eu ser atleta, estava escrito. Eu me apaixonei pela ginástica”, conta o ginasta de 22 anos, que no dia 6 entra em cena nos Jogos Olímpicos Rio 2016 na fase classificatória do individual geral, além de estar confiante também para a disputa da barra fixa. Israel, o primeiro professor informal, estará na torcida, na arquibancada da Arena Olímpica do Rio. “Ele, meus outros dois irmãos, minha mãe e minha tia vêm me ver”.
 
O amor pela ginástica, descoberto há 11 anos, é tanto que o fez superar momentos difíceis. Especialmente a sequência de lesões no ombro direito, em 2013, ano em que passou meses treinando e competindo com dor, até realizar uma cirurgia em outubro. “Naquela época, deu um desânimo. Mas você encontra força para seguir em frente naquilo que você ama”, afirma.
 
A superação ficou evidente nos últimos dois anos, como mostram alguns resultados de Nory. Como o primeiro lugar na barra fixa na etapa da Croácia da Copa do Mundo, em 2015, e no salto na etapa de São Paulo, este ano, além do vice-campeonato individual geral na etapa de Glasgow, também este ano.
 
A poucos dias de realizar o sonho olímpico, Nory alterna momentos de concentração total, nos treinos, com outros mais tranquilos, quando confraterniza com outros atletas, de países e modalidades diversos, na Vila Olímpica. “A gente respira esporte 24 horas por dia, mesmo quando não está no treino. Mas precisa desses momentos para relaxar também. A gente vai fazendo amizade. É tudo atleta, todo mundo entende o outro, sabe da dificuldade que é para chegar até aqui”.
 

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