Impostores fingiram deficiência e foram ouro

Falsa equipe de basquete com deficientes mentais recebe ouro em Sydney 2000; no canto direito, jornalista que relatou a farsa / Foto: Reprodução

Rio de Janeiro - Uma das maiores vergonhas do esporte paralímpico foi protagonizada por uma farsa de espanhóis  nos Jogos Paralímpicos de Sydney, na Austrália, em 2000. Numa seleção medalhista de ouro no basquete para deficientes mentais, um pequeno detalhe: só dois deles tinham de fato a deficiência requerida. Todos os outros eram impostores. 

Quem contou essa história em detalhes foi o jornalista Carlos Ribagorda, que se infiltrou na equipe, treinou por cinco meses e disputou as Paralimpíadas junto com a equipe, subiu ao pódio e só depois revelou a enorme farsa, que acabou ganhando um prêmio de jornalismo investigativo no ano seguinte. 

Em dado momento, na primeira partida contra a China, relata o jornalista, a diferença era tão grande que o técnico deu um conselho cínico. "Rapazes, vamos desacelerar ou vão descobrir que vocês não têm nenhuma deficiência", disse. 

A denúncia de Ribadorga de estendeu a outras modalidades na Espanha, casos da natação, atletismo e tênis de mesa. "Passei cinco meses treinando sem nenhum jogador com deficiência por perto. Os dois que realmente tinham condições de estar ali só chegaram depois", relatou.

Com a farsa publicizada, a medalha de ouro foi devolvida, e foram definidas multas de 160 mil euros de subsídio para a equipe e 5,4 mil para o presidente da confederação espanhola. 

"Acho que as pessoas viram tudo isso como uma oportunidade de viajar de graça para a Austrália. E havia um certo orgulho de representar a Espanha", finalizou o jornalista infiltrado.

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