Clubes formadores de atletas se reúnem para reivindicar representatividade junto ao COB

representantes dos Clubes debatendo / Foto: Staff Images / Flamengo

Rio de Janeiro – Representantes de dez tradicionais clubes esportivos do País idealizaram um movimento para fortalecer as entidades dedicadas ao desenvolvimento de atletas. Dirigentes de cinco desses clubes, reuniram-se nesta quarta-feira, 20, na sede do Flamengo, no Rio de Janeiro, para mostrar a força do esporte olímpico e reivindicar voz ativa junto ao Comitê Olímpico Brasileiro.
 
Pinheiros, Flamengo, Grêmio Náutico União (RS), Minas Tênis e Hebraica (SP) participaram da apresentação realizada no Salão Nobre da Gávea. Paulistano, Alvares Cabral (ES), Sogipa (RS), Corinthians e Clube Curitibano complementam o grupo dos integrantes do movimento em favor da lisura no esporte olímpico.
 
Os dez clubes apresentaram relatório, revelando o expressivo valor de mais de R$ 575 milhões referente ao investimento do último ciclo olímpico, sendo R$ 350 milhões de recursos próprios e R$ 225 milhões obtidos por meio de projetos incentivados, patrocínios diretos e convênios. Somados, os clubes são responsáveis por 6.765 federados e ofereceram ao Brasil, 114 atletas nos Jogos Rio 2016, além de 52 integrantes de comissões técnicas.
 
Na apresentação à imprensa, o diretor de Esportes Olímpicos e Formação, Arnaldo Queiroz, do Pinheiros, foi enfático quanto à posição dos clubes. “Queremos participar dos processos do esporte, além das atividades operacionais. Os clubes precisam ter voz na estratégia e no planejamento. O COB tem que entender que não existe alto rendimento se não houver uma base. Não queremos dinheiro, mas a distribuição adequada dos recursos”, afirmou Queiroz.
 
As palavras do dirigente pinheirense foram endossadas pelo vice-presidente de Esportes Olímpicos do Flamengo, Alexandre Póvoa. “Existe um sistema hierárquico que impede as principais verbas públicas e privadas de chegarem aos clubes. Só as confederações, muito ricas, têm acesso aos recursos, mas repito, não queremos dinheiro, buscamos melhoria para o esporte. O COB não ajuda os clubes em nada”, definiu Póvoa.
 
Representante do Grêmio Náutico União, o vice-presidente de Esportes, Paulo Roberto Prado, mostrou indignação com a atual postura do COB. “Não queremos mais o modelo atual. Nosso esporte ruiu, está em situação de terra arrasada. É uma vergonha internacional. Com os escândalos pós-olimpíada a insatisfação dos clubes cresceu e decidimos nos unir. Porque somos nós que sabemos como se faz esporte”, concluiu de forma contundente o diretor esportivo gaúcho.     
 
O Pinheiros nos Jogos Olímpicos – O clube contribui efetivamente com o esporte olímpico brasileiro desde 1936, nos Jogos de Berlim. Ao longo da história, o clube enviou às olimpíadas 202 atletas, 55 técnicos e sete paratletas, sendo que nos Jogos Rio 2016 a participação pinheirense se tornou ainda mais expressiva, com 64 atletas, 12 técnicos e três paratletas, incluindo-se as medalhas de bronze do judoca Rafael Silva, o Baby, e do ginasta Arthur Nory.
 
O Pinheiros movimentou no último ciclo olímpico aproximadamente 200 milhões de reais, com investimento de 150 milhões de seus próprios recursos, além dos patrocínios obtidos por meio de projetos de incentivo ao esporte. Entre atletas em formação e de alto rendimento, o clube possui 2.432 federados, além de 2.686 alunos em escolinhas de várias modalidades, com mais de 1.500 inscritos na natação.
 
Marcão – goleiro do handebol
 
“Jogo há mais de nove anos no Pinheiros e vejo que falta abertura no COB para os clubes. É necessário que se estabeleça uma relação mais eficiente para que o atleta se sinta mais seguro quanto aos deveres de cada parte. O clube é que oferece o suporte que o COB nem sempre consegue oferecer. Aproveitando-se o gancho dos atletas, é preciso que se adquira a cultura esportiva do entrosamento entre clubes e COB.”
 
Adriana Silva – bicampeã pan-americana da maratona 
 
“É muito importante que os clubes tenham participação nas decisões dentro do Comitê Olímpico. Quando estamos representando o Brasil nas grandes competições elevamos as cores do País. Mas só chegamos à essa condição porque os clubes investem no momento da formação e na preparação dos atletas. É o clube que está ao nosso lado em todos os momentos, mesmo quando o resultado não vem.”
 
Cláudio Castilho – gerente de Esportes e técnico de atletismo
 
“As confederações trabalham apenas com uma porcentagem de notáveis. O clube é que assume a responsabilidade pelo desenvolvimento do atleta e trabalha a longo prazo: descoberta do talento, formação, desenvolvimento e alto rendimento. São mais de dez anos de investimento, dois ou três ciclos olímpicos. Não adianta o clube ter apenas direito a voto, precisa participar diretamente do planejamento estratégico do COB.”
 
Cesar Guidetti – técnico de basquete
 
“Hoje, os clubes olímpicos, especialmente o Pinheiros, têm como essência a formação de atletas de diversas modalidades, que servem às seleções estaduais e brasileiras. Os clubes possuem papel relevante no desenvolvimento e manutenção, não apenas de atletas, mas também de técnicos. Eu acredito que cada vez mais os clubes devem ganhar importância, uma vez que nas escolas, o incentivo ao esporte é cada vez menor e por consequência, os clubes têm de assumir essa missão.”
 
 

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