Sem apoio, triatleta troca Espanha pelo Brasil e treina até no almoço

Antón Ruanova / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro - Líder do ranking mundial masculino de triatlo, com direito a dobradinha no topo, a Espanha não corresponde à sua fama de potência no esporte no que diz respeito ao gerenciamento da modalidade no país europeu. 
 
Os atletas da federação reclamam, constantemente, de falta de apoio da federação. Antón Ruanova, vice-campeão espanhol de 2013, resolveu mudar de vida justamente devido aos problemas envolvendo a Fetri (Federação Espanhola de Triatlo). O triatleta contou, em entrevista ao site da ESPN, os problemas da entidade. 
 
"A Espanha tem triatletas muito fortes, o nível do esporte foi crescendo muito, mas o apoio da federação diminuiu muito. Então, em 2013, o presidente da federação, José Hidalgo, duplicou o seu salário e não tinha bolsa para atletas. Se você conseguisse uma classificação para o campeonato europeu, você que tinha que pagar a inscrição do seu próprio bolso e ainda ia lá e tinha que fazer a prova com o patrocínio da federação no macacão", explicou.
 
Antón destaca o apoio ruim da Fetri mesmo tendo os melhores atletas do mundo. Ele garante que, mesmo sendo Top-40 do mundo, o atleta dificilmente consegue viver do triathlon na Espanha, diferente de esportes como futebol e basquete, majoritários em apoio no país. 
 
Isso fez com o espanhol desse um tempo com a modalidade. "O triatlo era o que eu queria fazer, só que chegou o momento que o apoio era tão deficiente que eu me inscrevi para um concurso na Espanha para ganhar uma bolsa de três anos, e eu ganhei. Então, fiquei um pouco na dúvida do que fazer, mas joguei um pouco o esporte de lado e fiz um mestrado no ano passado (em Gestão Internacional de Empresas, na Universidade Internacional Menéndez Pelayo)", conta. 
 
A bolsa ainda levou Antón a trabalhar na Embaixada Espanhola em Brasília. Ele escolheu o Brasil porque queria continuar com os treinos no triathlon e diz que as condições aqui são boas para a prática do esporte. 
 
"Eu trabalho das 8h às 16h, mas dá para treinar a noite. O bom é que, meio dia, o meu chefe me libera para nadar, aí nado 40 minutos durante a hora do almoço e depois tem que voltar para comer rapidão", garante Antón.
 
Com os treinos mesmo na hora do almoço, o triatleta tem se dado bem na temporada. Acabou na terceira posição na etapa de Salvador no Circuito Nacional do Sesc Triathlon, ocorrida no último domingo. 
 
Em 2016, Antón não sabe o que fazer. Nos seus planos, a possibilidade de naturalização é forte. "Eu sinto que, aqui no Brasil, o nível não é tão alto, mas eu acho que estão investindo dinheiro no esporte. No triatlo, eles (atletas brasileiros) falam que não têm muito apoio, mas, comparando com a Espanha, o apoio é bom. Para mim, se continuar a ter resultados bons, se eles quiserem, eu poderia ajudar com alguma coisa, já que eu já vivi na Espanha, que é uma potência", finaliza.
 
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