Doces memórias de uma pioneira

Goretti Médici / Foto: Pauta Livre

Espírito Santo – Goretti Médici, aos 51 anos, olha para trás e não esconde a satisfação de ter participado ativamente da implantação do triathlon no Espírito Santo e ser uma das primeiras mulheres a praticar o esporte no Brasil.

Praticante de corrida de rua, não se esquivou quando o 38º Batalhão de Infantaria de Vila Velha abriu inscrição para a realização da primeira edição do Triathlon do Exército em 1985.
 
Queria “provar” a novidade. Testar seus limites. Mesmo sabendo quase nada sobre a nova modalidade. 
 
E foi assim que disputou as cinco primeiras edições da prova que comemora no próximo domingo, dia  23 de agosto, na Praia de Itaparica, em Vila Velha, sua 30ª edição, valendo pela Grande Final da Copa Brasil de Sprint Triathlon.
 
História

Segundo levantamentos de Julio Alfaya, presidente da Federação de Triathlon do Estado do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1983, por influência do jornalista Marco Ripper e com a organização da Viva Promoções e Eventos, empresa do grupo Jornal do Brasil, foi realizada a primeira prova oficial da modalidade no Brasil: O Triathlon Café do Brasil, vencida pelo carioca Roger de Moraes.
Desta forma, não é exagero dizer que Goretti Médici é uma das pioneiras da modalidade no país.
 
Na época da primeira edição, segundo Goretti, a prova era novidade para praticamente todos os participantes. Logicamente, já havia quem treinava com mais estrutura e ambição de, talvez, conhecer mais a fundo o esporte. Mas a imensa maioria, na verdade, se “aventurava”. 
Segundo Goretti, a maior parte dos participantes era proveniente do atletismo. E oriunda de classes sociais menos favorecidas. Depois de alguns anos, as participações se inverteram. E mais gente de classes média e  alta aderiu ao esporte.
“As primeiras edições foram abraçadas pelo povão, que queria experimentar algo novo”, recordou.
O improviso era a tônica. “Eu pegava uma bicicleta emprestada na semana da prova, fazia alguns testes e largava. E era bicicleta pesada. Quem tinha Caloi 10 era privilegiado. Na verdade, ela veio um pouco depois”, lembrou com bom humor.
Nas cinco edições que disputou, Goretti foi a segunda colocada. E sempre ocorria nas provas algo parecido. “Ficava geralmente para trás, mas na corrida ultrapassava várias pessoas, incluindo os homens”, recordou.
Já na primeira edição, segundo ela, era fácil perceber que a Baía de Vitória não era mais propícia para sediar a etapa de natação.
 
“A poluição já era grande. O cheiro não era bom e víamos passar diversos dejetos do nosso lado. Em algumas ocasiões tínhamos que desviar”, recordou.
Chamavam também a atenção as distâncias das provas.
 
“Nossa!  Eram provas bem demoradas. Bem mais que os 750 metros de natação, 20 quilômetros de ciclismo e 5 de corrida como na edição atual, de 2015. Na verdade, principalmente a corrida era mais longa. Tínhamos que ser fortes. Mas, de certa forma, era melhor para mim”, brincou.
Goretti ficou muito tempo sem acompanhar o triathlon em função de suas atividades profissionais, como proprietária de restaurante. Mas ficou feliz demais com a expansão do Triathlon no Espírito Santo, Brasil e no mundo. E reconhece que o esporte lhe trouxe muito aprendizado. São sentimentos que levará para o resto da vida. Principalmente de disciplina e superação. E que faz questão de transmitir para os dois filhos.
Curiosamente, Goretti fez sucesso posteriormente em um esporte com nenhuma ligação com o triathlon. O remo. Foi durante vários anos atleta cabralista. Destas de subir no lugar mais alto do pódio em profusão.
 
 
Grande Final da Copa Brasil de Sprint Triathlon 
 
Neste ano o Triathlon do Exército valerá para a Grande Final da Copa Brasil de Sprint Triathlon.
Cerca de 270 atletas, de 25 Estados, estarão em ação, a partir das 7h30, em três provas que integrarão a sua programação.
A primeira com participação aberta, “Triathlon do Exército em categoria única”, com largada às 7h30.
A segunda, Triathlon do Exército com os três melhores amadores de cada categoria selecionados pelas federações regionais, com largada às 8h30, valendo o título da Grande Final da Copa Brasil de Sprint Triathlon para os atletas das faixas etárias.
E a terceira, às 9h30, o Triathlon do Exército com os três melhores atletas da elite, sub-23 e juniores, também  selecionados por meio de competições regionais pelas suas federações, valendo o título da Copa Brasil de Sprint Triathlon.
Todas as provas terão distância sprint:  750 metros de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida.
 
A programação do evento começa no dia 22, as 18h30, com a entrega de kits, no 38º BI, na Prainha em Vila Velha. Às 19 horas será promovido no mesmo local o congresso técnico. Logo a seguir ocorre o tradicional jantar de massas.

No dia 23

Das 7 às 7h15 - Aquecimento
7h30 Largada da Categoria Única Triathlon do Exército
8h30 Largada Categorias de Idade (Grande Final)
9h30 Largada Elite, Sub-23 e Junior (masculina/feminina)
11h30 Premiação  
Os horários de largadas poderão ter alteração. Isto será informado no Congresso Técnico.
 
Premiação em dinheiro da elite, sub-23 e júnior por ordem de chegada, menor tempo (homens e mulheres).

1º) R$ 1.980,00 - Troféu
2º) R$ 1.650,00 - Troféu
3º) R$ 1.320,00 - Troféu
4º) R$ 990,00 - Troféu
5º) R$ 660,00 - Troféu
 
Nas categorias de idade os primeiros receberão troféus e os segundos e terceiros ganharão medalhas. E todos os atletas receberão, ao completar a prova, uma medalha de participação da Grande Final.


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