Campeão do 1º Triathlon do Exército trabalha na formação de atletas

Robson Wethler e seu filho, João Vitor / Foto: Pauta Livre
Espírito Santo - O campeão da primeira edição do Triathlon do Exército, realizada em 1985, Robson Vetler, 53 anos,  eterno apaixonado pelo esporte, dedica-se à revelação de talentos.

Formado em Educação Física, Vetler comemora mais de duas décadas dos seus primeiros projetos, que desenvolvem relevantes trabalhos de integração social.
 
Vetler é um dos capixabas mais influentes da modalidade, tendo se aprimorado em cursos e clínicas e também transmitido seus conhecimentos, democraticamente, para uma infinidade de pessoas.
 
Vencer o primeiro Triathlon do Exército foi, sem dúvidas, um acontecimento marcante em sua vida. Uma “bússola”  que o norteou definitivamente para a, então, nova modalidade.
 
E desde aquela época, Robson luta diuturnamente para o crescimento do esporte. Sempre convicto e vencendo uma a uma as dificuldades.
 
Primeira edição
 
Robson destaca que o que motivou a participar da primeira edição foi, sem duvida,  a novidade de uma prova diferente.
 
“Muito se comentava na época sobre o desafio lançado pelo Exército. Os jornais diziam que o Espírito Santo conheceria o seu atleta mais completo, o “Homem de Ferro”. Nas rodas esportivas o burburinho era grande em relação a que atleta e qual esporte forneceria este campeão”, recordou.
 
“O triatlon destacava-se na mídia nacional e na única revista especializada de corrida do Brasil, a Revista Viva. Nos corredores da faculdade de Educação Física da UFES a expectativa era enorme, afinal, o esporte já havia desembarcado no país há uns três anos e os grandes atletas da época estavam aguardando a estreia no Estado”, disse.
 
A prova
 
 O atleta lembra muito bem de cada momento daquela prova.
 
“Lembro-me das chegadas. O bicicletário era um cabo de aço estendido. Recordo-me das fisionomias tensas. Um amigo meu, Sargento Fantim, fazia prognósticos sobre a colocação de seus soldados. A largada na Prainha de Vila Velha, com muito ouriço, foi terrível” (risos), comentou.
 
“Devo ter saído entre os dez primeiros da água, pedalei forte até alcançar o primeiro colocado na altura da Barra do Jucu, o, então, remador da seleção brasileira Lúcio Rezende. Seguimos pedalando e revezamos até a transição da corrida de onde saímos para correr com ótima diferença para os demais”, relatou.
 
Com dois quilômetros de corrida, preocupado em não levar a prova para um sprint final, Robson resolveu abrir distância segura.
 
“Mas com medo de quebrar fiquei uns 50 ou 100 metros à frente até o quilômetro cinco, a partir daí resolvi  forçar mais e não deu outra abri 100, 200, 300, 400 metros. E, com a adrenalina a mil, percebi que aquele era meu dia”, afirmou.
 
A chegada foi empolgante recorda Robson. “Foi lindo. Os batedores com sirenes ligadas tiravam o publico da areia para o calçadão da Praia da Costa e todo mundo incentivava e aplaudia. A chegada dentro do 38º BI, com a magnífica banda  foi o ápice de uma linda festa em comemoração ao Dia do Soldado”, afirmou.
 
“Toda vez que ouço o tema de abertura do Esporte Espetacular (que foi a musica que a banda tocou na hora da chegada) eu fico arrepiado (risos). Quando cruzei a linha de chegada todo mundo queria tirar foto, até autografo eu dei na época”, acrescentou.                                                                                                                       
 
Robson hoje tem contato com alguns remanescentes da época, como Valmir Zanotti, Denilson Nunes,Hudson Simões, entre outros.
 
Amor pelo esporte
 
Ele lembra que a sua trajetória no esporte começou quando sua mãe, Selma Barbosa Wetler o levava para faculdade de Educação Física, da UFES em meados de 1968.
 
“O convívio com aquele ambiente deu-me a certeza de que eu seria atleta e professor de Educação Física. Eu tinha apenas seis anos, mas já sabia o que queria”, disse.
 
 Praticante de todos esportes, Vetler tinha dificuldades no vôlei e basquete, pois, era franzino, mas superava com disposição acima da média.
 
“Surfava durante muitas horas e corria  muito no futebol talvez tenha sido esta a minha base para o triathlon”, refletiu.
 
 Em 1985, após ganhar a primeira prova do Triathlon do Exército, Robson resolveu tentar divulgar o esporte ainda desconhecido e que muitos achavam que era “coisa de louco e superatletas”.
 
 No mesmo ano organizou o primeiro  “biatlon” estudantil, conforme ficou registrado na imprensa.
 
“Nos anos seguintes eu e o Professor Carlão fazíamos intercâmbios de escolares, sempre com corrida e ciclismo”, disse.
 
Nos anos 90 surgiu o Triathlon Cidadão, um projeto de revelação de talentos  para escolares com intuito de desmistificar o triathlon como esporte de elite.
 
“O objetivo era popularizar o esporte e massifica-lo principalmente entre infantís e juvenis”, comentou.
 
 Em 2000, Robson elaborou projeto na UFES, para atender as comunidades ao redor do Campus, a UNITRI - Universidade do Triathlon.
 
“Junto com os acadêmicos Dimitri Barreto e Francisco Feu, tínhamos a maior equipe da federação e as fotos depois das competições eram sempre concorridas. É que todos atletas queriam ser fotografados junto com a equipe”, lembrou.
 
 Graças a esses trabalhos Robson foi indicado para cursos e clinicas.
 
“Sou técnico nível 1 pela PATCO (Confederação Panamericana de Triatlon) e nível 2 CBTri (Confederação Brasileira de Triathlon ) e ITU (União Internacional de Triathlon). Ministrei aulas de triathlon também em curso de pós graduação em treinamento esportivo na UFES. Atualmente realizo,  com 50 alunos, na escola em qual trabalho uma escolinha de iniciação ao esporte”, destacou.  
 
Robson afirma que a sua maior emoção no triathlon é vê-lo crescendo e oportunizando a pratica a novos adeptos.
 
“Pude participar do início da trajetória de muitos praticantes orientando-os e motivando-os a permanecerem no esporte”, comentou.
 
“É muito orgulho, ver a melhor atleta do país, Pamella Oliveira detonando as adversárias, só edifica um lema que sempre escrevi nas camisas da minha equipe: Triathlon Capixaba Forte”, disse.
 
“Já falei com o presidente da Federação Capixaba,  Marcio Moreira que meu sonho é ver a largada do triatlon local  com 500 atletas”, destacou.
 
Robson acredita que a 30ª edição do Triathlon do Exército, que acontecerá domingo (23) na Praia de Itaparica, em Vila Velha, será empolgante.
 
“Quem participou da primeira  prova no Estado, sabe que o triathlon, pela estrutura que o Exército sempre ofereceu,  é uma prova histórica, que veio pra ficar, e a qualidade que o presidente da CBTri, Carlos Fróes imprime nesta prova  é  altíssima”, disse.
 
“Por isso todos querem participar. O Triathlon do Exército tem o significado para o triathlon nacional a mesma proporção que a São Silvestre tem para o atletismo e corrida de rua”, comentou.       
 
Robson participou de oito edições como atleta e cerca de 20 como treinador. “Este ano só vou prestigiar, incentivando os participantes, e, é claro, torcendo para ver atletas capixabas no alto do pódio”, disse prometendo levar o filho João Vitor, de dez anos, que já é destaque da novíssima geração.
 
 
Grande Final da Copa Brasil de Sprint Triathlon
 
Neste ano, na sua 30ª edição, o Triathlon do Exército será válido para a Grande Final da Copa Brasil de Sprint Triathlon.
 
A Grande Final da Copa Brasil de Sprint Triathlon reunirá os três primeiros colocados de cada categoria das seletivas realizadas pelas federações estaduais. Estarão em ação, com largadas diferentes, atletas das categorias de idade e atletas das categorias júnior, sub-23 e elite. A prova terá 750 metros de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de corrida.
 
A programação do evento começa no dia 22, as 18h30, com a entrega de kits, no 38º BI, na Prainha em Vila Velha. Às 19 horas será promovido no mesmo local o congresso técnico. Logo a seguir ocorre o tradicional jantar de massas.
 
 
No dia 23
 
Das 7 às 7h15 - Aquecimento
 
7h30 Largada da Categoria Única Triathlon do Exército
 
8h30 Largada Categorias de Idade (Grande Final)
 
9h30 Largada Elite, Sub-23 e Junior (masculina/feminina)
 
11h30 Premiação 


 
 
 

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