Foi ouro olímpico, driblou a morte duas vezes e quer estar na Rio 2016

Gardner posa com as medalhas, hoje já vendidas por falta de dinheiro / Foto: Reprodução / Twitter

Rio de Janeiro - Se tem uma coisa que não deixa de acontecer em Jogos Olímpicos é a famosa zebra. Representante de peso dela, Rulon Gardner surpreendeu a todos ao levar a medalha de ouro na luta greco-romana, nos Jogos de Sydney 2000.

A vitória foi surpresa não só pelo fato do americano não ser um dos favoritos, mas sobretudo porque venceu em cima do russo Aleksandr Karelin, à época invicto por 12 anos e ouro nas últimas três Olimpíadas (1988, 92 e 96), além de 12 títulos europeus e nove mundiais. 

Porém, após deixar seu nome na história do esporte, Gardner teve um teste ainda mais difícil. Em 2002 enfrentou um rio congelado, quando andava de moto de neve com seus amigos e acabou perdido. O lutador, mesmo com um braço quebrado e sem conseguir se mexer muito, saiu do rio de gelo e aguardou o resgate num refúgio de folhas. Por 18 horas. 

Gardner ficou muito próximo de morrer por hipotermia. Para se ter ideia, os bombeiros precisaram serrar suas botas de tão duras que estavam e ele acabou perdendo um dedo do pé. 

O sofrimento serviu de lição e o lutador conseguiu subir ao pódio novamente, em Atenas 2004, dessa vez para receber uma medalha de bronze. 

A morte bateria à sua porta, no entanto, mais uma vez. Em 2007, um novo acidente grave o colocou em uma nova situação de risco. Gardner estava, com dois amigos, num avião que caiu em Utah, no lago Powell. Todos precisaram nadar por cerca de uma hora, numa temperatura de 7°C. Aguardaram uma noite toda pelo resgate. 

As duas provações pelas quais Gardner passou e o recente processo de emagrecimento - o atleta chegou a 215kg, e perdeu 88kg num reality show para emagrecer - pesaram na busca por uma vaga em Londres 2012. Não conseguiu disputar as eliminatórias e, sem dinheiro, acabou vendendo suas medalhas. 

Hoje, Gardner, aos 43 anos e com 170kg, ainda sonha com uma vaga na Rio 2016. Treina num tima de futebol americano, tem alimentação balanceada e pratica corrida. Ainda assim, o objetivo é difícil. 

"Está sendo muito difícil, mas se quero viver mais e ter uma família, preciso perder peso. E o horizonte olímpico é algo que conheço", conclui Gardner. 

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