Confederação gasta meio milhão em Mundial e quer isenção fiscal
Rio de Janeiro – Após o fim do mundial de ginástica artística de Glasgow, o Brasil amargou uma competição sem medalhas, com apenas Arthur Nory ficando perto do pódio, com um 4º lugar na final da barra fixa. Além da frustração, restou ainda ao país um gasto de meio milhão de reais.
A CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) disse ter gasto o valor com atletas e comissão técnica, além de inscrição, passagens, hospedagens, alimentação e aclimatação. Supervisor de seleções da CBG, Klayler Mourthé disse que R$ 160 mil do valor total foram para pagar impostos.
“Daqui do Brasil nós fizemos transferência internacional para hospedar nossos atletas lá na Escócia, pagamos imposto para hospedar nossos atletas campeões brasileiros, campeões olímpicos, na transferência de dinheiro. Vamos pagar 33% de imposto para hotel, alimentação, e inscrição do atleta que vai disputar a vaga olímpica”, afirmou, durante audiência pública da Comissão de Esporte na Câmara dos Deputados.
Mourthé pediu, com base no alto gasto com impostos, que a Câmara estude uma maneira de isentar de tributos os gastos com as equipes olímpicas do país. “Esta norma poderia ser estudada para não existir para os atletas que estão na seleção brasileira. Porque com esses R$ 160 mil, poderíamos utilizar em três etapas da Copa do Mundo. Mas vai virar imposto. Todas as seleções de todas as modalidades pagam esse imposto”, lamentou.
João Tomasini, presidente da CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) e Ricardo de Moura, diretor executivo da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) concordaram com o dirigente da CBG. Eles estiveram na mesma audiência, ocorrida em outubro, antes do Mundial.
As entidades citadas acima costumam ser beneficiadas com recursos públicos direta e indiretamente, via patrocínio. A CBG terá recebido da Caixa Econômica Federal, por exemplo, mais de R$ 15 milhões em patrocínio entre 2013 e o fim de 2015.