Brasileiras param no bloqueio alemão e são prata na 1ª Olimpíada: "gratidão"

Ágatha e Bárbara se emocionaram muito no pódio / Foto: Quinn Rooney

Rio de Janeiro – Agatha e Bárbara pareciam ter feito o impossível neste torneio de vôlei de praia da Rio 2016: venceram as americanas Walsh e April, quebrando uma invencibilidade de 26 partidas de Walsh em Jogos Olímpicos. Depois dessa partida, as brasileiras chegaram à final para enfrentar a dupla alemã Ludwig/Walkenhorst, que pulverizou Larissa e Talita na outra semifinal e lidera o ranking mundial da modalidade.

Então a tarefa não era fácil, sabia-se do potencial das alemãs, que exploram como ninguém os espaços da quadra adversária. Ágatha e Bárbara mostraram certa apreensão no primeiro set, com erros de saque e de recepção que as deixaram atrás do placar, por poucos pontos, mas que numa final olímpica dão o tom e definem o lado em que a pressão vai ficar.

Mesmo com a torcida a favor e tendo recuperado algumas bolas na segunda metade do set, as brasileiras não conseguira evitar uma derrota por 21 a 18 para as alemãs e entraram no segundo set sob absoluta necessidade de vencer.

E as alemãs, que humilharam Larissa e Talita no segundo set de sua semifinal por incríveis 21 a 12, pareciam estarem dispostas a fazer o mesmo com Ágatha e Bárbara: abriram na metade do segundo set seis pontos de diferença para as brasileiras, deixando a vida que já era difícil praticamente impossível.

Brasileiras foram medalhistas de prata na Rio 2016 / Foto: Ezra Shaw / Getty Images

O resultado foi a derrota no segundo set por 21 a 14 e o adeus ao ouro. No fim do jogo, Bárbara parecia estar feliz com a medalha de prata, uma vez que a dupla não era a favorita do Brasil para a final e, além disso, disputava sua primeira Olimpíada.

“Foi mágico, realmente sensacional. Essa prata tem um gostinho muito especial, nossa primeira vez em Jogos Olímpicos. A gente realmente deu tudo da gente, esse jogo as alemãs jogaram melhor, mereceram, aproveitaram melhor as oportunidades, mas essa prata ela é realmente muito especial, e é por isso que eu chorei tanto. A gente colocou para fora toda a pressão, tudo o que a gente viveu em função desse grande torneio”, declarou.

Para a jogadora, as alemãs sacaram muito bem e souberam aproveitar as oportunidades, assim como Ágatha e Bárbara souberam vencer as americanas Walsh e April na semifinal histórica na noite de ontem.

“Foram degraus muito duros, que realmente exigiu muito da gente mentalmente. Enfrentamos grandes muralhas pelo caminho e a gente fez história no vôlei de praia. É olhar para trás com muita gratidão e sensação de dever cumprido. Pensar na medalha de prata que a gente ganhou”, emenda a jogadora.

Para Tóquio 2020, o caminho é longo, mas Bárbara se mostrou favorável à ideia de manter a parceria com Ágatha. “Se for vai valer a pena, porque apesar de todo trabalho, toda entrega, todo suor, a gente ama muito o que a gente faz”, conclui.

Veja Também: