Grandes amigas, Kosheleva acompanha, de longe, a recuperação de Thaisa

“Tenho certeza de que ela voltará ainda mais forte”, afirma a atleta russa / Foto: Arquivo pessoal

Rio de Janeiro - Elas não eram amigas e enfrentavam-se em jogos defendendo as seleções de seus países. Mas desde que passaram a dividir o mesmo lado da quadra, no Eczacibasi Vitra, da Turquia, a central Thaisa e a ponteira Tatiana Koseheleva iniciaram uma grande amizade. A tal ponto de a jogadora russa acompanhar, de longe, a recuperação da amiga, que se submeteu a uma cirurgia no joelho esquerdo há 43 dias.
 
“Impressionante o quanto ela, mesmo falando outro idioma, pouco de inglês, e com tradições completamente diferentes da minha, se tornou tão próxima. Até hoje nos comunicamos e eu a admiro muito em todos os sentidos. Sou muito feliz de ter uma menina tão especial na minha vida”, afirma Thaisa. Foi Kosheleva que ficou no hospital ao lado da brasileira após a torção no tornozelo direito que causão uma comoção no mundo esportivo.
 
“Íamos muito à casa uma da outra, mas depois que machuquei, ela passou a ir me ver todos os dias. Mesmo que fosse só para dar um oi e desejar boa noite. Mas aí conversávamos por muito tempo. Me levava morangos, cozinhava alguma coisa. Foi sempre presente e cuidadosa. Choramos muito, muito mesmo, quando nos despedimos. Sinto muito a falta dela”, disse a central bicampeã olímpica.
 
Por sua vez, Kosheleva não mede elogios à amiga. “Desde que ela voltou ao Brasil, estamos sempre conversando. Fiquei feliz quando me escreveu dizendo que a operação foi bem-sucedida. Tenho poucos amigos e a Thaisa se tornou um deles. Ela sabe que sempre vai ter uma casa na Rússia”, afirmou. “Ela é muito sincera e tem um caráter invejável. Tudo isso para mim é muito importante. Poderíamos conversar sobre qualquer assunto e sabia que ela me entenderia. Dentro de quadra é uma verdadeira guerreira. Nossa equipe perdeu muito com a lesão da Thaisa, mas tenho certeza de que ela voltará ainda mais forte e que não encontrarei facilidade, porque agora serei sua adversária”.
 
Boas notícias - Na semana passada, em consulta com o ortopedista Luis Eduardo Tirico, que operou Thaisa, o resultado foi satisfatório. “Falou que estou muito bem. Ficou feliz quando fiz um pequeno exercício de flexo-extensão, porque mesmo com dificuldades e sem força, consegui executar. Ele disse que uma pessoa normalmente sequer conseguiria levantar a perna, e eu consegui. Foram boas notícias”, disse Thaisa.
 
Agora esse mesmo exercício de flexo-extensão começou a fazer parte da rotina da central.  “Ele passou para eu fazer em casa, devagar, para ativar os músculos. E também vou começar a botar carga de 25%  na muleta para dar alguns passos. Esse peso é importante para o menisco e a cartilagem cicatrizarem corretamente”, completou a central.

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