Brasil garante três equipes nas finais do evento-teste da vela na Inglaterra

Bruno Fontes avança em quinto / Foto: Francisco Lino / ZDLWeymouth - O desempenho da equipe brasileira de vela em Weymouth, no evento-teste, é um dos melhores envolvendo os 44 países que disputam o evento. O País conseguiu classificar três classes para a medal race. Falta apenas a confirmação de Bruno Prada e Robert Scheidt na Star. Os dois lideram a competição com 10 pontos de vantagem sobre a dupla que está na segunda colocação. Os que não conseguiram avançar, como Patrícia Freitas na RS:X e a dupla de 470 masculina, se aproximaram do nível dos top 10.

Nesta quarta-feira (10), as provas foram realizadas com ventos de até 35 nós, o que resultou no cancelamento da classe Star.

Mesmo com as condições adversas, as meninas do 470 garantiram a presença na regata da medalha ficando na quarta colocação geral com 57 pontos perdidos. A dupla tem chance de subir ao pódio nesta sexta (12). "Nossa estratégia foi somar poucos pontos durante a 10 regatas do 470 sem pensar em nenhuma outra tripulação. O trabalho deu certo na parte tática", contou Fernanda Oliveira.

Outro garantido na decisão é Bruno Fontes. O velejador da classe Laser ocupa a quinta posição com 75 pontos perdidos. Nas seis competições internacionais que correu em 2011, o brasileiro só ficou de fora da medal race em uma. "Nunca estive tão bem na classe e tenho um ano para trabalhar visando uma medalha de ouro em 2012. Mas antes, quero sair com o primeiro lugar dos Jogos Pan-Americanos", salientou Bruno Fontes, que apesar de disputar a final, não tem mais chance de pódio.

Na RS:X, o velejador Ricardo Winicki, o Bimba, estará na decisão da classe nesta quinta-feira (11). O brasileiro ficou em nono na classificação geral.

Desempenho para ser comemorado - Na prancha à vela, Patrícia Freitas ficou em 11º lugar. A colocação não classificou a velejadora para a final, mas o resultado foi positivo por causa do nível das adversárias. Agora, ela espera ganhar o ouro no Pan de Guadalajara.

Na classe 470, Fábio Pillar e Gustavo Thiesen alcançaram a 17ª posição. A dupla aprovou o próprio desempenho na categoria com predomínio europeu na categoria. Nenhuma parceira das Américas entrou para a regata da medalha. Nesta quarta, os brasileiros conseguiram andar bem e fecharam a última regata em sexto.

Na Laser Radial, Adriana Kostiw sofreu com a velocidade dos ventos em Weymouth na despedida da raia olímpica. Fora da medal race, a velejadora paulista reconheceu que deveria ter feito uma preparação um pouco mais focada para as condições locais. "Os ingleses falam que a Olimpíada será de vento fraco, mas pelo jeito não será. Eu cheguei um pouco cansada e a preparação poderia ser melhor. Perdi peso focando os ventos fracos do Pan e acabei ficando mais fraca em Weymouth", revelou Adriana Kostiw, que saiu do evento-teste com a 32ª posição na Laser Radial.

Ventos fortes - O simulado olímpico para Londres 2012 se aproxima do fim em Weymouth e, em todos os dias de competição, os ventos apareceram. Nesta quarta-feira , as regatas da classe Star foram canceladas com mais de 35 nós na raia.

Os líderes do campeonato, Robert Scheidt e Bruno Prada, aprovaram o cancelamento. As condições poderiam provocar alguma avaria ao barco, interferindo na classificação da Star. Até agora, a Comissão realizou seis regatas da classe na raia olímpica.

"As regatas poderiam ser disputadas pela manhã. A Comissão sabia que ventaria mais à tarde. Porém, foi bom não correr, já que a chance de quebrar alguma coisa ou de ter uma colisão era muito grande. Nos próximos dias o vento deve diminuir", afirmou Robert Scheidt.

A dupla tem 10 pontos de vantagem sobre a equipe da Irlanda. O objetivo, segundo o bicampeão olímpico, é repetir o desempenho apresentado no campeonato. "A gente está no meio do evento e é preciso continuar velejando bem. Nossa performance é excelente", reforçou Robert Scheidt.

Na classe Finn, Jorge Zarif se distanciou da regata da medalha após ter um dia irregular. Na primeira regata, o pior desempenho no campeonato com um 25º. Depois, o brasileiro se recuperou ficando em 15º. O velejador de Finn ocupa a 18ª posição com 114 pontos perdidos. O líder é o britânico Ben Ainslie com 15.

O evento-teste é uma simulação do que deve ocorrer durante a disputada dos Jogos Olímpicos em 2012. A competição conta com os melhores do ranking mundial em oito classes. São 378 velejadores de 44 países. O Brasil é representado por 11 atletas na 470 (masculino e feminino), Finn, Laser, Laser Radial, Star e RS:X (masculino e feminino) e não disputa as classes 49er e Match Race.