Velejador inova e busca financiamento coletivo para "Travessia do Atlântico"

Picolé foi construído na Alemanha / Foto: Heiner

São Paulo - O velejador Beto Pandiani está pronto para mais um desafio: cruzar o Atlântico Sul a bordo de um catamarã sem cabine, sem motor e zero de conforto durante 30 dias ininterruptos, em fevereiro de 2013. A viagem da Cidade do Cabo à Ilhabela tem 3.600 milhas náuticas e, para completar mais essa aventura ao lado do parceiro Igor Bely, Betão adotou uma estratégia pouco usada no mercado esportivo brasileiro, o financiamento coletivo (crowdfunding). A ‘ação entre amigos’ é muito comum fora do País e financia bandas, espetáculos teatrais, ensaios fotográficos e expedições.
 
O valor do financiamento coletivo da rota sem escalas em mar aberto será exclusivamente para cobrir despesas com equipamentos, que incluem GPS, telefones via satélite, dessalinizadores de água, alimentos liofilizados e outros mais. Essa viagem, assim como as cinco anteriores de Beto Pandiani pelos mares do mundo, vai virar um livro. "A ideia é levar os amigos a bordo de maneira simbólica. Todos que colaborarem vão atravessar o Atlântico com a gente no catamarã. Todos os amantes da vela e da aventura podem colaborar com apenas R$ 50, o que equivale a uma milha do caminho entre América e África. Precisamos de 3.600 apoiadores", revela Beto Pandiani, de 55 anos. O barco de dois cascos batizado de Picolé tem de 24 pés (8 metros) e já está pronto. O veleiro foi construído na Alemanha.
 
O crowdfunding é um método alternativo de obtenção de recursos financeiros para apoiar um projeto ou ideia criativa, onde um empreendedor pode atrair uma ‘multidão’ de pessoas das suas redes sociais, amigos e familiares para colaborar com pequenas participações financeiras, conseguindo a arrecadação mínima para viabilizar o projeto. 
 
O principal benefício do crowdfunding é a possibilidade de dar o primeiro "empurrão" necessário, criando uma forte rede de apoio para o projeto. Os investidores tendem a se tornar embaixadores da marca e virando clientes no futuro.
 
Além do financiamento coletivo, Pandiani já conquistou vários patrocinadores que estão perto de viabilizar a "Já temos a Semp Toshiba, Mitsubishi e a RedBull. Ainda faltam dois patrocinadores, por isso decidimos ousar e nos unirmos ao O Pote para viabilizarmos a viagem com a ajuda dos amigos e fãs", conta Pandiani.
 
Betão Pandiani e suas aventuras - Desde 1993, velejar deixou de ser um hobby para se tornar profissão na vida de Beto Pandiani. A partir disso o velejador tem colecionado aventuras incríveis e histórias inesquecíveis, enfrentando marés, tempestades e outras adversidades para chegar ao destino final.
 
Em 1994 Betão organizou sua primeira expedição, que foi chamada de "Entre Trópicos". Ele zarpou de Miami para a Ilhabela em 289 dias no mar. Em 2000 foi a vez da "Rota Austral", partindo do Chile, cruzando o Cabo Horn - ponto alto da expedição - até a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, em 170 dias. A "Travessia do Drake", em 2003, saiu de Ushuaia e cruzou a passagem entre a América do Sul e a Antártica. Foram 45 dias que deram a Beto Pandiani e Duncan Ross, seu parceiro de viagem, o título de primeiros velejadores a chegarem à Península Antártica em um barco sem cabine.
 
Em 2004 foi a vez de ir da Flórida à Nova Iorque, na regata Atlantic 1000, a mais longa prova para catamarãs do planeta. Resultado foi acima do esperado, um segundo lugar na competição. Já em 2005, na "Rota Boreal", foram três meses velejando de Nova Iorque até Sisimiut, na Groenlândia, enfrentando as terríveis condições climáticas polares. Entre 2007 e 2008, junto com Igor Bely, Beto Pandiani atravessou o Oceano Pacifico, partindo do Chile e chegando à Austrália. Foram 17 mil quilômetros percorridos, muitas semanas sem ver terra e mais um título: o de primeiros velejadores do mundo a cruzar o Pacífico Sul em um barco sem cabine.
 

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