Mulheres vencem a primeira no Match Race Brasil

Meninas do Ciaga / Foto: AGIF

Rio de Janeiro - As regatas do Match Race Brasil desta sexta-feira (9) demoraram para começar por causa da falta de vento na Baía de Guanabara, mas entraram para história. Pela primeira vez, uma equipe 100% feminina venceu uma prova contra os homens, que sempre são a maioria na modalidade. 

As meninas do Ciaga, comandadas por Renata Decnop, aproveitaram os ventos fracos (média de 8 nós) e superaram o Búzios Vela Clube (BVC), de Alexandre Saldanha. O resultado deixa a tripulação em sétimo lugar, mas com esperança de alcançar um lugar entre os quatro mais bem classificados, que disputarão as semifinais.

A liderança do campeonato permanece com o Veleiros do Sul (Samuel Albrecht), de Porto Alegre, invicto com 4 pontos. Na sequência aparecem Marinha do Brasil (Henrique Haddad) com 3,5 pontos, Yacht Club de Ilhabela (Maurício Santa Cruz) com 2,25 e Búzios Vela Clube (Alexandre Saldanha) com 2 pontos.

Equipe entrosada - A primeira vitória das meninas mostrou entrosamento do grupo. A maioria delas correu junta a campanha olímpica de Match Race Feminino. Mesmo sendo barcos diferentes, era Elliott 6M e hoje é Beneteau 40.7, a tripulação acertou todas as manobras no percurso de barla-sota, acabando com o nervosismo da véspera. O time do Búzios Vela Clube largou escapado e perdeu contato com o Ciaga. Mais ‘tranquilas’, as velejadoras administraram a vantagem até a linha de chegada.

"Essa vitória é importante para nossa carreira. Agora, cada vez mais, os homens irão respeitar nosso jeito de velejar e ficarão mais atentos. Nossa sincronia estava mais clara desta vez, as manobras saíram redondas e as falamos pouco no barco. Deu certo", avaliou Marina Jardim, trimmer do Ciaga. "Faltou um pouco de força na quinta-feira. O vento estava muito forte. Agora, com vento fraco, tudo fluiu muito bem e as decisões foram pensadas," completou.

Mesmo derrotado, o comandante do Búzios Vela Clube, Alexandre Saldanha, não deixou de reconhecer o talento das garotas. "Elas estão preparadas para desafios maiores. Com vento fraco será briga de igual para igual. Cada vez mais é difícil ganhar delas", contou. "Elas montaram uma seleção correndo juntas. Campeonatos como esse, que incentivam a vela feminina, são interessantes para que surjam novos talentos entre as mulheres".

O segundo dia de disputas do Match Race Brasil teve outras duas regatas. No duelo que valia a vice-liderança, os atuais campeões Marinha do Brasil (Henrique Haddad) superaram o Yacht Club de Ilhabela (Maurício Santa Cruz). Já no fleet race (regata de flotilha) com quatro barcos, o Búzios Vela Clube (Alexandre Saldanha) saiu vencedor e se recuperou da derrota para o Ciaga.

As regatas do dia só começaram às 16h30. A Comissão tentou fazer o procedimento de largada, mas a falta de ventos atrapalhou as provas desde o início da tarde. "A previsão era de vento leste que entraria às 11h, mas não apareceu. Os barcos foram para água e os atletas ficaram esperando literalmente boiando. Demorou para ter vento e conseguimos fazer apenas três provas na altura da praia de Botafogo", relatou Cuca Sodré, coordenador da comissão de regatas.

Neste sábado (10), as provas começam às 11h e o objetivo é realizar o maior número de duelos para não atrasar o cronograma das finais, no domingo.

O Match Race - As regatas são rápidas, com duração máxima de 20 minutos, e disputadas entre boias. No caso do Match Race Brasil, os veleiros escolhidos são do modelo Beneteau First 40.7, rigorosamente iguais para as tripulações (7 homens e 1 mulher ou 10 mulheres), que precisam mostrar talento e muito entrosamento para superar os adversários. O time que larga melhor tem enorme vantagem e, por isso, o procedimento inicial é um dos mais tensos do Match Race.

A inspiração do Match Race veio do evento de vela mais tradicional do mundo, a America´s Cup, com mais de 150 anos de existência. Feras já testaram seus conhecimentos na modalidade, como Torben Grael, Robert Scheidt, Eduardo Penido, Marcos Soares, Lars Grael, Bruno Prada, André ´Bochecha´ Fonseca, Joca Signorini, Horácio Carabelli, Fernanda Oliveira e Isabel Swan. Em 2012, nos Jogos de Londres, a modalidade fez parte do calendário.

O Match Race Brasil 2012 tem patrocínio da Volvo, Takeda, Autodesk e SporTV. Esse projeto é incentivado pela Lei Federal de Incentivo ao Esporte e pela Lei de Incentivo ao Esporte do Estado do Rio de Janeiro/ICMS. O apoio é da Redecard, Ambev, Banco Daycoval, TAM Viagens, Iate Clube do Rio de Janeiro, Confederação Brasileira de Vela e Motor e Marinha do Brasil. A Realização é da Federação de Vela do Estado do Rio de Janeiro e organização da IMX.

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