Montreal e o fantasma do elefante branco

Canadá - Recordes quebrados, atletas consagrados, a superação do ser humano. As cortinas se fecham e o esporte sai de cena para retornar só daqui a quatro anos, em um outro país.  Mas... E o que fazer com o palco dos Jogos Olímpicos?

 

Os complexos esportivos construídos para eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos sempre enfrentam o fantasma do abandono. Custam fortunas e muitas vezes acabam pouco aproveitados pela comunidade. Mesmo em um país de Primeiro Mundo o problema não é diferente. A Olimpíada passou pela cidade canadense de Montreal em 1976, mas o estádio olímpico só acabou de ser pago 30 anos depois. 

 

A estrutura sofreu muitas mudanças. O teto atual causa certo temor - feito de fibra de vidro e instalado no final dos anos 90, ele já apresenta milhares de rasgos. O estádio chegou a ser casa de times de futebol americano e beisebol. Apesar de ser um dos maiores do país, não é visto como opção ideal para shows - a acústica não é considerada das melhores.

 

Mesmo sendo um pouco afastado do centro, o acesso de metrô é fácil. O Parque Olímpico parece muito bem conservado, assim como toda a cidade. A lojinha de souveniers está lá, com camisetas e chaveirinhos de 76. Mas o grande atrativo é outro: em 1987, foi inaugurada a Torre de Montreal, com cerca 165 metros de altura - é considerada a maior torre inclinada do mundo. E chama a atenção não só pelo tamanho, mas também pelo design imponente. As pessoas chegam ao alto da torre a bordo de um funicular. O topo oferece uma linda vista do Parque Olímpico e da cidade. 

 

Ainda assim, o lugar parece longe de ser um dos pontos turísticos mais badalados de Montreal. Gastar com mais reformas está longe de ser uma boa ideia. Depois de 37 anos, lutar para que o estádio olímpico de Montreal não se transforme de vez em um "elefante branco" ainda é um desafio para os canadenses.