Há um ano, seleção conquistava medalha de ouro nos Jogos Rio 2016

Terceiro ouro olímpico / Foto: Saulo Cruz/Exemplus/COB

Rio de Janeiro - A última medalha do Time Brasil nos Jogos Rio 2016, de ouro e conquistada há exatamente um ano atrás, teve nome e sobrenome: Sérgio Dutra dos Santos, o Serginho. Foi sob a liderança do líbero e com raça, emoção e simplicidade que a equipe masculina de vôlei mudou a postura ao longo dos Jogos e conquistou o terceiro ouro olímpico da modalidade para o Brasil.
 
Foi a 19º e última medalha brasileira na competição, a sétima de ouro, coroando o trabalho de uma geração que ainda vai brilhar mais nos próximos ciclos olímpicos. Com exceção de Serginho que, na época aos 40 anos, aposentou sua camisa após a conquista do título numa vitória maiúscula sobre a Itália por 3 sets a 0 – parciais de 25/22, 28/26 e 26/24 – na tarde do domingo, dia 21 de agosto de 2016, no Maracanãzinho. Ao estender a camisa no chão, viu seus companheiros de equipe fazerem reverência para ela, alguns chegando a se agachar para beijá-la, emocionados.
 
Nos três sets, a Itália – que havia derrotado o Brasil por 3 sets a 1 na fase de grupos – chegou a ficar um bom tempo na frente, com a seleção brasileira correndo atrás do marcador e disputando o jogo ponto a ponto. Na reta final de cada set, no entanto, o time nacional impôs seu ritmo de jogo. Apesar do placar apertado em todos eles, o Brasil nunca deu a impressão de que corria um risco real de não subir ao lugar mais alto do pódio. Com isso, a seleção tem três ouros (Barcelona 1992, Atenas 2004 e Rio 2016) e três pratas (Los Angeles 1984, Pequim 2008 e Londres 2012) em Jogos Olímpicos. Sendo que nas quatro medalhas desde 2004, dois personagens estiveram presentes: o técnico Bernardinho e Serginho.
 
"Tudo conspirou a favor. A gente pegou uma chave muito forte quando a gente precisava se calejar. E essa equipe se torna muito forte quando é realmente necessário jogar, nós já provamos em outros momentos, em Mundiais e em Ligas. Porque, querendo ou não, o Brasil está sempre no pódio. Vai ganhar, vai perder, faz parte do esporte. Mas está sempre ali, em algum lugar do pódio", disse Serginho na época, fazendo questão de homenagear jogadores da geração campeã de 2004, da qual fez parte: "Lipe parecia o Giba, Lucarelli parecia o Dante, o que o Bruninho jogou... O que o Wallace fez nessa Olimpíada, Maurício Borges, Maurício Souza...  Foi uma vitória de um grupo que merecia".
 
Serginho havia se aposentado da seleção aos 36 anos, após a medalha de prata de Londres 2012. Já tinha outra prata, em Pequim 2008, e um ouro, em Atenas 2004, e achou que era hora. Após o vice-campeonato Mundial em 2014, no entanto, o técnico Bernardinho convenceu o líbero a voltar. E ele foi fundamental para a conquista do ouro nos Jogos Rio 2016, tanto dentro quanto fora de quadra.
 
"Serginho é mais do que um amigo, é um exemplo para todos nós. Ele foi de suma importância para essa geração ao voltar em 2014, não só pela experiência, mas porque ele coloca a alma em cada partida, em cada treinamento. Isso agrega. O discurso dele mais importante foi antes do jogo contra a França, quando disse que era sua última chance e gostaria que nós fizéssemos por ele também. O Serginho disse que essa geração não podia morrer pagã. Que a gente não podia morrer sendo só uma geração de prata. Que a gente merecia o ouro. Quando o jogo acabou, a gente estava ajoelhado e chorando", contou o levantador Bruninho, 30 anos, em coletiva após a partida.
 
Campanha do Brasil nos Jogos Rio 2016
 
Primeira Fase
Brasil 3 x 1 México (23/25, 25/19, 25/14 e 25/18)
Brasil 3 x 1 Canadá (24/26, 25/18, 25/22 e 25/17)
Brasil 1 x 3 EUA (20/25, 23/25, 25/20 e 20/25)
Brasil 1 x 3 Itália (25/23, 23/25, 22/25 e 15/25)
Brasil 3 x 1 França (25/22, 22/25, 25/20 e 25/23)
 
Quartas de final:
Brasil 3 x 1 Argentina (25/22, 17/25, 25/19 e 25-23)
 
Semifinais:
Brasil 3 x 0 Rússia (25/21, 25/20 e 25/17)
 
Final:
Brasil 3 x 0 Itália (25/22, 28/26 e 26/24)
 
 

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