Doze anos depois, com o mesmo Bernardinho, Brasil volta ao topo do pódio

Bruninho comemora o ouro olímpico / Foto: Mark Kolbe / Getty Images

Rio de Janeiro - Desacreditada. Foi assim que a seleção brasileira masculina de vôlei chegou para disputar o torneio olímpico da Rio 2016. Sem grandes nomes, e com poucos remanescentes do último título olímpico, em Atenas 2004 (apenas Serginho, em quadra), o Brasil não era nem de perto o favorito. 

Neste domingo, na última chance de medalha do país nas Olimpíadas, Bernardinho se redimiu, e com atuações brilhantes de Lipe, no saque, Lucarelli, no ataque, e com bloqueio eficiente, o Brasil voltou a ser campeão olímpico. 

O jogo já começou difícil antes mesmo de iniciar o cronômetro, afinal a adversária, a seleção italiana, era a mesma que tinha batido o Brasil durante a fase de grupos, por 3 sets a 1. 

Mas o fato do Brasil ter batido, na fase semifinal, a mesma Rússia que em Londres 2012 virou o jogo estando dois sets e dois match points atrás na final olímpica, deu à equipe o gás que precisava. 

Neste domingo, com o Maracanãzinho pintado de verde e amarelo nas arquibancadas, o Brasil começou o primeiro set fazendo aquilo que disse que faria: sacando forte. E dessa vez conseguindo encaixar novamente o saque, coisa que não havia ocorrido na partida anterior contra os mesmos italianos. 

Jogadores exaltam Serginho, que se aposentou após o ouro deste domingo / Foto: Mark Kolbe / Getty Images

O resultado foi uma vitória no primeiro set por 25 a 22. No segundo set, o jogo se tornou mais parelho, com os times conseguindo abrir, no máximo, dois pontos de vantagem. Coube então ao Brasil, no momento decisivo, explorar o bloqueio italiano - além de contar com os erros de saque do adversário -, para fechar o set por 28 a 26. 

Num jogo que parecia difícil de vencer em apenas três sets, principalmente depois da campanha irregular do Brasil na fase de grupos (com duas derrotas), e da vitória por 3 sets a 1 sobre a mediana seleção argentina nas quartas de final, a equipe de Bernardinho fez o que parecia impossível: impôs seu ritmo de jogo.

No terceiro set, o Brasil chegou a salvar dois set points para a Itália e, na sua segunda oportunidade de fechar a partida, alcançou a glória, por 26 a 24. 

O time que chegou desacreditado, e que viu todos os holofotes e favoritismos do vôlei brasileiro serem despejados sobre as meninas, até então bicampeãs olímpicas, volta a ser medalhista de ouro numa Olimpíada, depois de 12 anos do título de Giba, Giovane Gávio e Nalbert. 

Daquele time, só restou em quadra o líbero Serginho, que se despede da seleção brasileira depois de 20 anos como jogador de vôlei. Do lado de fora da quadra, restou Bernardinho, que outrora já foi mais explosivo, mas que mantém até hoje uma característica louvável: a vitória. 

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