Baleias na raia da Semana de Vela de Ilhabela

Visita de baleias durante a SVI  / Foto: Júlio Cardoso

Ilhabela - ''As baleias cortaram a fita inaugural da temporada 2018'', assim descreveu Julio Cardoso, diretor de meio ambiente do YCI e membro da Comissão Organizadora da Semana de Vela de Ilhabela. Nos últimos anos, as jubartes frequentam as raias da regata e pelas contas do especialista, a tendência é que as provas de 20 a 28 de julho tenham companhia das baleias.
 
A competição coincide com o período de migração dos animais da Antártica para Abrolhos, arquipélago ao sul da Bahia. A previsão é que o número de baleias baterá recorde nesta temporada. Desde o fim do mês de junho, as jubartes estão pelo caminho. Mais de 35 baleias foram avistadas e fotografadas.
 
''As jubartes estão migrando da região da ilha Georgia do Sul e chegaram entre Alcatrazes e Ilhabela, exatamente onde será o percurso da regata de abertura. Geralmente elas chegam em três ou quatro, mas só eu registrei pelo menos quinze nesses três dias, sendo que acreditamos que um total de trinta e cinco baleias chegaram nesse período, passando e parando alguns dias no seu caminho da Antártica até a Bahia'', disse Julio Cardoso.
 
O maior registro de baleias durante a Semana de Vela de Ilhabela ocorreu na edição de 2016, quando as jubartes cruzaram as proas dos velejadores durante a regata de abertura, a Alcatrazes por Boreste Marinha do Brasil.
 
Neste ano, a prova de 55 milhas será disputada em 21 de julho e pelas contas do especialista, as baleias ainda estarão em migração. Responsável pelo departamento de meio ambiente da regata e do Yacht Club Ilhabela, Julio Cardoso explica que as baleias passam pelas águas do litoral norte paulista em turmas, machos, fêmeas e juvenis juntos, partindo para a Bahia com o objetivo de procriação.
 
''Ilhabela fica em uma posição estratégica, porque elas vêm e por algumas vezes acabam permanecendo um pouco mais na região, para depois seguir em frente. Por isso temos uma série de cuidados em relação a essas baleias, pois muitas são jovens, inexperientes e bastante curiosas. Elas se aproximam das embarcações, às vezes se aproximam das praias. As redes de espera deixadas por pescadores locais são um perigo e atraem a atenção delas, pois percebem os movimentos da rede, acreditam ser comida e acabam por se enroscar nelas, causando acidentes''.
 
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