Regatas emocionantes marcam final da Rolex Ilhabela Sailing Week

Tripulação do Pajero festeja título/ Foto: Rolex / Carlo Borlenghi

Ilhabela- Os resultados dentro da água comprovaram que a Rolex Ilhabela Sailing Week é o maior evento de vela oceânica da América Latina. A edição de número 39 do tradicional campeonato teve regatas sendo definidas na última boia entre os 150 barcos, representantes olímpicos se misturando com os amadores e organização de nível internacional. Os duelos também foram acompanhados pelo público com a maioria das provas sendo realizadas no canal de São Sebastião. 
 
Os vencedores em cada categoria foram: Pajero/Gol (S40), Loyal/TNT (C30), SX4/Bond Girl (HPE), Tomgape Touché (ORC Geral e 500), Zeus (ORC 600), Kiron (ORC 650), Prozak (ORC 700), Maria Preta (RGS Maxi), Troop Too (RGS A), Tangaroa (RGS B), Mandinga (RGS C), Chrispin II Kelvin Clima (RGS Cruiser A) e Hélio II- Hospital Sírio Libanês (RGS Cruiser B).
 
"As regatas estão cada vez mais acirradas e decididas no fim. Isso mostra o investimento das equipes em treinamento e equipamento. O sucesso da HPE com 27 barcos, a força do S40, o surgimento do C30 e o crescimento das classes de rating como ORC e RGS mostram a importância do campeonato", revela José Manuel Nolasco, diretor de vela O Yacht Club de Ilhabela (YCI). "O clube se orgulha em sediar a competição. Por isso, temos a responsabilidade de fazer o melhor, mostramos nossa capacidade de organização".
 
Neste último sábado (14) com sol e ventos variando de 12 a 14 nós, a Comissão de Regatas (CR) fez duas provas no canal de São Sebastião entre os monotipos para desempatar a competição. E, nas três classes, não faltou emoção do começo ao fim. Na S40, O Pajero/Gol (Eduardo Souza Ramos) oscilou na primeira do dia e largou em último, mas fez uma incrível recuperação e terminou em segundo. Com isso, precisou apenas marcar seu adversário direto, o Crioula, para garantir o título. Festa para Eduardo Souza Ramos, o pioneiro da competição. "Foi um dia difícil e foi muito bom conquistar mais essa vitória, a nona que conseguimos. Venci a primeira edição, em 73. Nossa vitória pode ser creditada à sorte e também à nossa ótima tripulação. O Bochecha é um ótimo tático e nos ajudou muito".
 
"A primeira regata de hoje foi a mais importante do campeonato. Largamos mal, estávamos em quinto, depois de uma escolha errada. Logo a tripulação reagiu e começamos a nos recuperar, tanto que chegamos em segundo. A vibração foi a mesma de que se tivéssemos ganhado o campeonato. Este resultado permitiu que só marcássemos o Crioula na última regata para conseguir o título", explica André ´Bochecha´ Fonseca.
 
Domínio do Loyal/TNT - Na C30, que estreou na Rolex Ilhabela Sailing Week, o título foi para o Loyal/TNT (Marcelo Massa), que superou outras cinco embarcações. O tio do piloto de F1 Felipe Massa liderou a equipe, que conta com ícones da vela olímpica nacional como Alexandre Paradeda e Fábio Pillar. "Começamos com pé direito. O barco tem um velejo gostoso e é rápido. A tendência é que as outras tripulações melhorem com o tempo e tenhamos regatas decididas no último momento", revela o campeão. 
 
"Acredito muito na classe, que deve crescer ainda mais. Para a Rolex Ilhabela Sailing Week, em 2013, poderemos ter de 12 a 13 barcos. Todos que disputaram aqui gostaram muito do barco. O Katana foi para água nesta semana e já ficou em segundo no campeonato", destaca Massa.
 
O idealizador do barco, Horácio Carabelli, prestigiou as regatas de C30 em Ilhabela. "O custo benefício é o diferencial do barco. Mais velejadores devem apostar nessa classe,que certamente será uma das maiores em um curto prazo". 
 
Muita disputa na HPE - Com 27 barcos, recorde desde que foi criada em 2004, a HPE contou com a presença de representantes olímpicos como Bruno Prada e Adriana Kostiw. Mas quem se deu bem foi Rique Wanderley e seu SX4/Bond Girl. O campeonato foi decidido na regata final. Os campeões precisavam chegar na frente do Ginga (Breno Chvaicer) e, mesmo assim, não adotaram a estratégia de marcar os rivais. Fizeram um primeiro e um quinto lugares e somaram 21 pontos contra 31 dos rivais diretos. 
 
"Fizemos a nossa regata e acabou dando certo. Não havia favorito. O título nos enche de orgulho, já que brigamos de igual para igual com os melhores do País, como Bruno Prada, Maurício Santa Cruz, Henrique Haddad e outros que competem na categoria, a mais disputada do oceano", adianta Rique Wanderley.
 
O velejador Bruno Prada ajudou o Ginga a ficar com o vice. O atleta embarca nesse domingo (16) para Londres e se juntará a Robert Scheidt. Os dois tentarão a medalha de ouro na classe Star. "Dever cumprido em Ilhabela. Pude competir e descansar com minha esposa e filhos para a Olimpíada. Agora é foco total nos Jogos".
 
As classes de rating e o papa títulos - Desde 2010, o lugar mais alto do pódio na ORC Geral é do time do Tomgape Touché (Ernesto Breda). Os tricampeões tiveram uma campanha perfeita nas oito regatas do calendário. "Os adversários evoluíram e está cada vez mais difícil defendermos o título. De qualquer forma, vamos otimizar o barco para manter o ritmo. A ORC está batendo recordes. Temos mais de 120 barcos disputando pelo mundo e a classe continua forte, o que ajuda na evolução dos equipamentos e materiais", diz Ernesto Breda. 
 
O Tomgape Touche também ganhou na ORC 500. Nas outras divisões, Zeus (Inácio Vandressen) foi o campeão na 600. Os catarinenses do Kiron (Leonardo Guilherme Cal) contaram com o talento do campeão pan-americano Matheus Dellagnelo a bordo e saíram vencedores na 650. Na ORC 700, vantagem para o Prozak (Márcio Finamore), após uma disputa acirrada com o argentino Pachim Mar & Vela/Pacuíba (Leandro Sanches).
 
Na RGS, que tem uma regra 100% nacional, o Maria Preta (José Barreti) foi o campeão na divisão Maxi, que agrega os maiores veleiros. O bicampeão pan-americano Mario Buckup foi o responsável pela tática. "Estamos muito felizes. Vencer a Rolex Ilhabela Sailing Week é importante para o currículo de todos os velejadores. As regatas são sempre muito próximas e exige atenção total nas provas".
 
Na RGS A, o Troop Too (Luiz Eduardo de Lucena) levou a melhor, assim como o Tangaroa (James Bellini) na B. Entre os barcos da subdivisão C, ouro para o Mandinga (Jonas Penteado), que chegou ao último dia de regatas com 100% de aproveitamento. Na Cruiser A, o campeão foi o Chrispin II Kelvin Clima (José Carlos de Souza) e na RGS Cruiser B, o Hélios II - Hospital Sírio Libanês (Marcos Lobo). 
 
Resultados finais:
 
S40 - após 9 regatas com 1 descarte
1º - Pajero/Gol (Eduardo Souza Ramos) - 14 pontos perdidos (2+2+3+1+1+1+2+2+6)
2º - Crioula (Eduardo Plass) - 16 pp (1+5+1+2+3+3+1+1+4)
3º - Carioca (Roberto Martins) - 23 pp (4+3+2+4+2+4+5+3+1)
4º - Mitsubishi/Energisa (Torben Grael) - 28 pp (3+4+4+5+5+2+3+5+2)
5º - Apolonia (Jaime Charad) - 29 pp (5+1+5+3+4+5+4+4+3)
 
C30 - após 9 regatas com 1 descarte 
1º - Loyal/TNT (Marcelo Massa) - 11 pp (3+1+1+1+2+1+1+1+7)
2o - Katana/Energia (Fábio Filippon) - 17 pp (6+3+2+2+1+3+3+2+1)
3º - Barracuda (Humberto Diniz da Silva) - 20 pp (5+2+3+3+3+2+2+3+2)
4º - Kaikias (Tarcisio Mattos) - 29 pp (1+5+5+4+4+4+4+4+3)
5º - Corta Vento (Carlos Augusto de Matos) - 37 pp (4+4+4+5+6+6+5+5+4)
 
HPE - após 9 regatas com 1 descarte 
1º - SX4/Bond Girl (Rique Wanderley) - 21 pp (3+1+7+2+4+1+4+1+5)
2º - Ginga (Bruno Prada) - 31 pp (1+9+2+5+1+5+2+13+6)
3º - Bixiga (Pino Di Segni - 35 pp (6+7+4+7+5+2+5+4+2)
4º - Artemis (Mark Essle) - 52 pp (8+10+18+8+3+18+1+3+1)
5º - Relaxa/Next (Roberto Mangabeira) - 53 pp (13+8+1+4+12+21+3+5+7)
 
ORC Geral - após 7 regatas com 1 descarte 
1º - Tomgape/Touché (Ernesto Breda) - 8 pp (1+1+1+1+2+2+4)
2º - Angela Star (Peter Siemsen) - 21 pp (5+6+3+5+1+8,5+1)
3º - Zeus (Inácio Vandressen) - 27,5 pp (10+8+5+3+8,5+1+2) 
4º - Kiron (Leonardo Guilherme Cal) - 28 pp (8+14+6+2+3+3+6)
5o - San Chico (Francisco Freitas) - 34 pp (7+7+13+8+5+4+3)
 
ORC 500 - após 8 regatas com 1 descarte 
1º - Tomgape/Touché (Ernesto Breda) - 9 pp (2+1+1+1+1+2+1+3)
2º - Angela Star (Peter Siemsen) - 19 pp (3+5+4+3+2+1+5+1)
3o - San Chico (Francisco Freitas) - 27 pp (4+6+5+6+5+3+2+2)
4º - Tembó Guaçu (Osvaldo Bagnoli) - 32 pp (6+2+2+2+12+5+3+12)
5º - Chroma (Luis Crescenzo) - 32 pp (7+3+3+4+4+7+4+12)
 
ORC 600 - após 8 regatas com 1 descarte 
1º - Zeus (Inácio Vandressen) - 10 pp (2+2+3+1+1+2+1+1)
2º - Ventaneiro (Renato Cunha) - 14 pp (3+3+1+2+2+1+16+2)
3o - Absoluto (Renato Gama) - 25 pp (16+4+5+3+4+4+2+3)
4º - Mad Max (ARG - Julian Somodi) - 32 pp (11+1+2+6+3+5+16+4)
5º - Orson/Mapfre (Carlos Eduardo Souza e Silva) - 36 pp (6+5+8+4+6+3+5+7)
 
ORC 650 - após 8 regatas com 1 descarte 
1º - Kiron (Leonardo Guilherme Cal) - 7 pp (3+1+1+1+1+1+1+1)
2º - Bravíssimo (Ivan de Porto Alegre Muniz) - 16 pp (2+2+2+2+3+3+3+2)
3º - Maestrale (Adalberto Casaes Jr.) - 19 pp (5+3+3+4+2+2+2+3)
4º - Katana (Francisco Luis Altenburg) - 26 pp (1+4+4+3+4+5+5+5)
 
ORC 700 - após 7 regatas com 1 descarte 
1º - Prozak (Márcio Finamore) - 11 pp (1+2+4+1+1+4+2)
2º - Angra (Escola Naval) - 16 pp (4+4+1+2+4+9+1)
3º - Pachim Mar & Vela/Pacuíba (ARG- Leandro Sanches) - 16 pp (3+1+3+4+2+3+6)
4º - Mashallah (Guillermo Larrobla) - 25 pp (5+6+6+5+3+2+4) 
5º - Zeppa (Diego Zaragoza) - 26 pp (2+3+2+9+7+6+6)
 
RGS Maxi - após 7 regatas com 1 descarte 
1º - Maria Preta (José Barreti) - 7 pp (1+2+1+1+1+2+1)
2º - Saravah (Pierre Joullie) - 10 pp (3+1+2+2+3+1+1)
3º - Náutico II (ARG) - 18 pp (5+4+3+3+2+3+3)
4º - Harpia III (Le Vent Mistral) - 21 pp (2+3+4+4+4+4+4)
5º - Sessentão (Alain Simon) - 31 pp (4+5+5+5+6+6+6)
 
RGS A - após 7 regatas com 1 descarte 
1º - Troop Too (Luiz Eduardo de Lucena) - 15 pp (1+1+3+2+6+2+11)
2º - Quiricomba (Escola Naval) - 16 pp (4+7+5+4+1+1+1)
3º - Brekelé (Escola Naval) - 18 pp (2+5+2+1+5+11+3)
4º - Fram (Felipe Aidar) - 19 pp (3+3+4+3+3+3+5)
5º - Jazz (Valéria Ravanni) - 21 pp (6+2+1+5+2+5+6) 
 
RGS B - após 7 regatas com 1 descarte 
1º - Tangaroa (James Bellini) - 7 pp (3+1+1+1+1+1+2)
2º - Revanche (Celso Faria) - 20 pp (10+2+4+2+3+4+5)
3º - Sereloco (Marcelo Cabral) - 23 (8+3+3+12+5+3+1)
4º - Palmares (José Romariz) - 23 pp (1+5+6+4+4+9+3)
5º - BL3 (Clauberto Andrade) - 23 pp (7+7+2+3+2+2+9)
 
RGS C - após 7 regatas com 1 descarte 
1º - Mandinga (Jonas Penteado) - 6 pp (1+1+1+1+1+1+1)
2o - Xiliki (Flávio Cantanhede)- 24 pp (2+2+20+4+5+6+5)
3º - Azulão (Marcello Polônio) - 25 pp (5+3+2+2+10+11+3)
4º - Santeria (Maurício Martins) - 33 pp (7+11+7+7+8+2+2)
5º - Ariel (Luis Pimenta) - 33 pp (4+4+4+8+4+9+10)
 
RGS Cruiser A - após 7 regatas com 1 descarte 
1º - Chrispin II Kelvin Clima (José Carlos de Souza) - 9 pp (2+4+2+1+1+1+2)
2º - For Sale (Décio Goldfarb) - 11 pp (4+2+1+2+2+3+1) 
3º - Sailing Adv. Travessura (Sérgio Gomes) - 13 pp (1+1+3+3+3+2+3)
4º - Magaratz (Cláudio Birolini) - 27 pp (3+5+6+9+4+4+5)
5o - Jubarte 1 (Aldo Sani Jr.) - 34 pp (7+6+7+5+5+5+6) 
 
RGS Cruiser B- após 7 regatas com 1 descarte 
1º - Hélios II - Hospital Sírio Libanês (Marcos Lobo) - 6 pp (2+1+1+1+1+1+1)
2º - Cocoon (Luiz Caggiano) - 17 pp (3+2+2+2+4+9+4)
3º - Boccalupo (Cláudio Melaragno) - 19 pp (1+6+5+4+3+3+3)
4º - BL3 / Alísios Wind Náutica (Domingos Carelli Neto) - 20 pp (6+3+4+3+2+9+2)
5º - Austral (Antônio de Faria) - 25 (5+4+3+5+6+2+9)
 
Brasileiro de RGS- classificação final - 6 regatas, 1 descarte
1º Tangaroa (James Bellini) - 8 pp (4+1+3+1+1+2) 
2º Mandinga (Jonas Penteado) - 19 pp (1+2+1+7+8+12)
3º Maria Preta (José Barreti) - 26 pp (11+17+2+2+2+9)
4º Troop Too (Luiz Eduardo de Lucena) - 26 pp (7+4+7+4+17+4)
5º Fram (Felipe Aidar) - 35 (10+6+9+5+12+5)
 
Premiação- No início da noite do sábado, os melhores barcos de cada classe participaram da premiação da 39a. edição da Rolex Ilhabela Sailing Week. Os três mais bem classificados receberam troféus e medalhas. Os comandantes das tripulações campeãs da S40 (Pajero/Eduardo Souza Ramos), HPE (SX4/Bond Girl/Rique Wanderley) e ORC Geral (Tomgape Touché/Ernesto Breda) receberam ainda um relógio Rolex Oyster Perpetual Milgauss. 
 
Neto de Jacques Cousteau faz palestra no YCI- O ativista ambiental Phillip Cousteau Jr. fez uma palestra nesta sexta-feira (13) no Yacht Club de Ilhabela (YCI). Neto do lendário documentarista Jacques Costeau, o correspondente da CNN falou sobre a importância da limpeza dos oceanos e da ajuda dos velejadores do mundo na preservação dos recursos. "Velejadores são um dos mais preocupados com o setor e por isso ajudam as pessoas próximas a cuidar do meio ambiente. Quem passa muito tempo nos oceanos, como os atletas da Rolex Ilhabela Sailing Week, interage muito com o meio e tem esse papel transformador."
 
O norte-americano ressaltou que o Brasil pode liderar as questões ambientais no mundo. "O meio ambiente brasileiro é um tesouro e espero explorar sua diversidade ainda mais. O governo brasileiro deve ficar atento quanto ao código florestal e a preservação de seus recursos hídricos. Outro ponto positivo é que o Brasil faz um trabalho fundamental para evitar o desmatamento, principalmente da Mata Atlântica", relata. Phillip Costeau Jr. esteve, no mês passado, na Rio+20, evento com lideranças mundiais ocorrido na capital fluminense.