Karla de Bona é a melhor sul-americana entre as mulheres em Conceptión

A brasileira Karla de Bona voltou a mostrar que pode conseguir uma das vagas para representar o Brasil em Londres 2012, durante a Copa do Mundo de Tiro Esportivo disputada no Chile / Foto: Divulgação Conceptión - A brasileira Karla de Bona voltou a mostrar que pode conseguir uma das vagas para representar o Brasil em Londres 2012. Apesar de ter terminado a prova na 27ª colocação, ela foi a melhor sul-americana da Copa do Mundo de Tiro Esportivo na categoria Fossa Olímpica, disputada no sábado, dia 05 de Março, em Coceptión, no Chile. 

 

Essa foi a primeira participação de Karla em uma Copa do Mundo. Durante o lançamento dos 25 alvos na primeira etapa, a brasileira conseguiu apenas 18 acertos, ficando para trás na busca pela vaga olímpica. Apesar de ter iniciado a primeira série atrás das demais competidoras, mais uma vez a aitradora brasileira demonstrou que tem potencial para representar o Brasil em Londres 2012. Com apenas cinco meses de treinamento, Karla se recuperou nas etapas seguintes, marcando 21 acertos na segunda fase e 22 na terceira, terminando a competição na 27ª colocação, somando no total 61 pontos.

Depois da prova, Karla de Bona falou ao Esporte Alternativo sobre a sua participação em Conceptión. "A competição foi muito importante para mim. Comecei com uma pontuação super baixa (18) e depois subi para 21 e 22. No início fiquei decepcionada, porém não podia me cobrar muito, pois não havia treinado o suficiente. Com isso eu percebi que é possível reveter a situação e ser competitiva, porém devo fazê-lo nos treinos e não durante a prova. Na prova se você faz um resultado ruim, não tem mais o que consertar, já os treinos são para isso. Mas confesso que essa Copa do Mundo serviu de base para uma longa caminhada. A emoção de compeir com outras 47 atiradoras, de nível superior, me fez amadurecer e estar cada vez mais preparada para chegar ao topo."

A brasileira ainda comparou o resultado do Chile, com o terceiro lugar conquistado no Rio de Janeiro no ano passado. "Se comparar a 27ª colocação desta Copa do Mundo com o 3º lugar do Campeonato das Américas, disputado no Rio de Janeiro, fico triste, é claro, mas tenho que analisar ambos Campeonatos na sua particularidade, pois a proporção de cada um é bem diferente. Quando pensamos que estamos atirando bem, temos que treinar, pois aí a gente se engana e faz um resultado baixo. O tiro é um constante aperfeiçoamento técnico e mental".

A grande vencedora da prova foi Allessandra Perilli, de apenas 22 anos. A jovem de San Marino surpreendeu a todos ao conquistar a medalha de ouro e a vaga para os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. O primeiro lugar na fase inicial, com 71 acertos, foi decisivo na grande final, já que a espanhola Fátima Galvez somou na final os mesmos pontos que a atleta de San Marino.

Karla, comentou sobre o resultado final no Chile. "Eu sabia que iria ser bem desafiador. Os países que estão na ponta levam o esporte como profissão e se dedicam diariamente para isso, e no Brasil isso, infelizmente, não acontece. Temos muito que crescer e aprender. Vi nesta Copa do Mundo a real distância que temos que percorrer até chegar ao topo. Com esse resultado ruim, ainda posso dizer que fui a melhor da América do Sul. Isso é muito importante porque tenho apenas 5 meses de tiro se comparada as demais. Certamente tenho que treinar muito, mas muito mesmo, para alcançar meu objetivo e, irei fazê-lo, pois essa é uma meta que tenho na vida e vou cumpri-la."

Além de Karla, outras duas brasileiras participaram da disputa. Janice Teixeira, que terminou na 34ª colocação com 57 acertos e Gisele Braga, que conseguiu um acerto a menos e ficou na 35ª colocação.
 
A Delegação do Brasil viaja agora no dia 18 de março para Sidney para novamente tentar conseguir a vaga olímpica. Karla de Bona mais uma vez estará no time que representará o Brasil. "Claro que cada atleta vai com foco na vaga, porém sabemos que enfrentamos diversas dificuldades para treinar. Não temos a disponibilidade de munição necessária que deveriamos ter, não temos verbas. Eu treino três vezes por semana, mas atiro pouco. Tenho pouca verba e muitas vezes tiro do bolso o dinheiro para os cartuchos. Gostaria muito de poder ser uma profissional do esporte para dedicar-me integralmente", completou a brasileira.

Confira o resultado da classificação final no feminino da categoria Fossa Olímpica:

http://www.issf-sports.org/xmlresultpage.aspx?cshipid=1175&resultkey=C00000_I_0503111030.1.TR75.0