Revelação do tiro ainda está na escola e sonha com pódio em 2016
Rio de Janeiro – Marcus Vinícius D’Almeida vive uma vida de um adolescente comum. Aos 17 anos, conclui o 3º ano do Ensino Médio, namora e se diverte nas praias do Rio de Janeiro. A diferença está nos olhos, ou melhor, na mira: logo que acaba a aula, o garoto toma seu caminho para o Centro de Treinamento da Confederação Brasileira de Vôlei, em Saquarema.
Mas, Marcus não é nenhum bom sacador ou líbero. Lá, ele destina sete horas do seu dia melhorando suas habilidades de atirador, com a ajuda da técnica Dirma Miranda. A dedicação e os bons resultados tornaram ele o melhor atleta brasileiro do tiro com arco, modalidade não muito popular por aqui.
Há exatamente uma semana, na etapa final da Copa do Mundo da modalidade, em Medellín, na Colômbia, o carioca anotou 670 de 720 pontos possíveis, superando o recorde do gaúcho Luiz Gustavo. O dono da marca anterior, 20 anos mais velho, havia cravado 667 pontos em 2012.
"Finalmente eu consegui. Era algo que eu buscava há muito tempo, estava com uma média boa e sabia que não estava longe de bater esse recorde. O fato de ter sido em uma prova internacional já é um avanço, porque há mais pressão. Foi a melhor hora possível. Conseguir conquistar meus objetivos e fazer coisas diferentes, mesmo sendo novo, é a afirmação de que estou no caminho certo", contou, em entrevista à ESPN.
Até então o cartão de apresentação de Marcus era a inédita medalha de prata conquistada nas Olimpíadas da Juventude de Nanquim, na China, em 2014. O feito ainda teve um gostinho doce de ter sido o arqueiro mais jovem da história a se classificar para a final da Copa do Mundo, onde foi derrotado pelo tricampeão Brady Ellison e ficou em 2º.
Em Medellín, acabou caindo nas oitavas, rendimento que não preocupa o brasileiro. "Não tive um desempenho como o do ano passado, mas faz parte. Nem sempre é possível estar no topo. Tive um problema inicial com o equipamento, nas duas etapas iniciais da Copa do Mundo, mas quando eu voltei para o meu arco consegui ser campeão mundial cadete e me mantive sempre entre os dez do mundo. Nem sempre só a medalha é avaliada. Foi um bom ano", explicou.
Marcus disputa agora o evento-teste do tiro com arco, que começou nesta terça-feira, 15 e vai até o dia 22, no Sambódromo. O sonho de Marcus não é segredo e está em disputar os Jogos Olímpicos. A pressão sobre o melhor brasileiro da modalidade não poderia ser menor.
"Treinar é o único caminho. Quero muito uma medalha no Rio e me esforço muito para isso. Durmo pensando em pódio olímpico, acordo pensando em pódio olímpico. O que posso fazer é continuar treinando todos os dias e dando o meu máximo", finaliza.
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