Desacostumados, brasileiros sentem torcida em evento teste

Marcus D'Almeida / Foto: Esporte Alternativo

Rio de Janeiro - O tiro com arco não é um esporte popular no Brasil, mas tem sido cada vez mais divulgado e deverá ter, em 2016, as arquibancadas do Sambódromo lotadas de torcedores. Muitos, inclusive, para o Brasil. 

Neste domingo, 20, no evento teste da modalidade, alguns convidados estiveram presentes fazendo barulho e gritando o nome dos atletas brasileiros que participaram da disputa por equipes (Marcus D'Almeida, Daniel Xavier e Bernardo Oliveira). Os arqueiros, desacostumados com tanta euforia, sentiram a diferença. 

"Você sente alguma diferença, ver o pessoal vibrando, gritando seu nome, isso é muito diferente pra gente. Então só disso já foi muito válida nossa experiência aqui no evento-teste. A gente sabe que ano que vem vai ser desse jeito pra pior então a gente já vai poder trabalhar isso pro ano que vem", admitiu Bernardo. 

Joyce Simões, chefe de delegação do tiro, confessou em conversa com o Esporte Alternativo depois que Bernardo não gosta de muito barulho quando está competindo. "O Bernardo, ele gosta mais de silêncio, tem uma outra forma de mentalizar ali", disse, completando que isso não prejudicou o atleta, que atirou bem. 

Árbitro confere flechas / Foto: Esporte Alternativo

"Pra gente é uma emoção diferente, acostumar com a torcida do seu lado, todo mundo torcendo pra gente, esse é um ambiente totalmente diferente do que a gente enfrenta em outros tipos de competições. A gente comenta muito que é atirar em casa mesmo. Somos muito privilegiados de estar aqui", emendou Daniel Xavier, o mais experiente dos três.

Evento teste como experiência - A equipe brasileira acabou eliminada nas quartas de final para a Índia, uma das principais candidatas à medalha nas Olimpíadas. Para Bernardo, o problema foi ter ido mal no classificatório e pegar logo de cara um adversário tão forte.

"Eles foram cabeças de chave, foram primeiro lugar. Eu diria que, infelizmente, nossa maior dificuldade foi que nós classificamos mal. Nosso classificatório não foi muito bom, então nós acabamos pegando um adversário muito bom logo de cara. Mas eu acho que a gente conseguiu se comportar bem nesse ambiente que foi muito diferente pra gente, sabe? Nesse ambiente de câmera, com torcida, uma coisa que a gente nunca tem em prova do tiro com arco", conclui. 

O atual campeão mundial Junior e melhor arqueiro brasileiro, Marcus D'Almeida, acabou tendo um desempenho abaixo do esperado. Mesmo assim, o atleta ressalta a missão dada para a seleção brasileira neste evento. 

"Eu atirei mal. Mas a gente é uma equipe. Foi importante, a gente aprendeu bastante coisa, foi um evento-teste. Então desde o início a gente veio com essa cabeça: resultado não é o importante, o importante é a gente pegar essa imagem e ficar pro ano que vem, pra gente treinar pensando nela. Então a gente conseguiu isso, a missão que passaram pra gente a gente está conseguindo fazer", conclui o arqueiro.

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