"É duro você ver que o suficiente para medalha era o que você já fez", diz Thiago

Thiago teria sido bronze se repetisse tempos que já fez / Foto: Al Bello / Getty Images

Rio de Janeiro - Foi com os olhos vermelhos, de quem já havia chorado antes, que Thiago Pereira passou pela imprensa na zona mista do Estádio Aquático depois de sair da final dos 200m medley com apenas o sétimo melhor tempo dentre os oito nadadores. 

O brasileiro, que foi medalhista de prata em Londres 2012 nos 400m medley, prova que abdicou de disputar na Rio 2016 para focar nos 200m medley, sentiu ter perdido o pódio que tanto sonhava. Ainda mais porque, o terceiro colocado foi o azarão chinês Shun Wang, cujo tempo Thiago já bateu várias vezes.

"Qualquer um, assim como eu, sonhava em sair daqui com um resultado melhor. É duro você olhara para o placar e ver que o suficiente para medalha era o que você já fez várias vezes. Se a gente for ver nos últimos três Jogos Olímpicos, foi um dos pódios mais fracos que já teve, acabou eu e o Ryan ficando de fora", afirma, referindo-se ao campeão olímpico americano Ryan Lochte. 

Thiago era a maior esperança de medalha do Brasil na natação, mas acabou cravando um tempo incomum de 1ms58s02 (nas semifinais havia feito 1m57s11). Com o resultado ruim, resta apenas a Bruno Fratus a chance de salvar o esporte na Rio 2016. Do contrário será a primeira Olimpíada, desde Atenas 2004, que o país fica sem subir ao pódio na modalidade. 

Michael Phelps é tetracampeão olímpico dos 200m medley / Foto: Clive Rose / Getty Images

"O cenário que foi hoje, ter quase 14 mil pessoas gritando seu nome antes de cair na água, isso foi único, mas tem coisa na vida que não é para ser. Bola para frente, não acabou aí, eu vou ter um descanso agora, mas é isso aí, Jogos Olímpicos nem sempre a gente ganha, a gente não ganha para sempre", lamenta. 

O nadador disse à imprensa que espera ver um crescimento do seu esporte no Brasil, nos próximos anos. "Espero que esses Jogos sejam um grande divisor de águas para o esporte nacional, as crianças que viram possam se orgulhar e daqui alguns anos ver o quanto é massa poder representar seu país, representar sua nação. E que daqui a alguns anos a gente consiga não só alguns Thiagos e alguns Césares, mas a gente consiga aí um time bem mais forte, quem sabe vários atletas botando o nome na história", emenda. 

Sobre aposentadoria, Thiago já rechaçou em outras entrevistas, Quanto a uma despedidas dos Jogos Olímpicos...

"É difícil falar agora, como eu sempre fiz, eu encerro um ciclo de quatro anos, quero um descanso. Sou humano também, quero descansar, botar minha cabeça no lugar. Vamos ver depois, voltar, traçar meus planos, os próximos anos. É difícil falar 2020, mas não descarto. Se eu puder tentar mais uma vez, pode ter certeza que eu vou abraçar, independente de idade, de qualquer coisa", finaliza Thiago.

No alto do pódio estava ele, coroado com sua quarta medalha de ouro na Rio 2016: Michael Phelps. Emocionado, o maior atleta olímpico de todos os tempos ouviu o hino nacional de seu país pela quarta vez em Olimpíadas nos 200m medley. É o primeiro nadador, desde o século VII, a se tornar tetracampeão de uma prova na natação. O japonês Kosuke Hagino ficou ao lado de Phelps, com a medalha de prata.

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