Triatlo em circuito turístico

Pâmella Oliveira compete neste sábado, em prova disputada no Hyde Park/ Foto: Divulgação

Londres- Um evento sem rodadas de aquecimento, decidido numa única sessão. E que desde sua estreia no programa olímpico, em Sidney 2000, nunca teve um atleta do mesmo país no lugar mais alto do pódio, com seis diferentes vencedores tanto no masculino quanto no feminino. Tal combinação torna ainda mais interessante a disputa pelas medalhas no triatlo, uma das mais exigentes modalidades em termos físicos e mentais, e que começa neste sábado, 4 de agosto, com a realização da prova feminina – no masculino, a disputa será no dia 7. Para tornar o tiratlo ainda mais especial, o local de competições será o Hyde Park, um dos mais famosos cartões-postais de Londres.
 
Os 110 participantes nadarão 1.500m no Lago Serpentine para depois pedalar 43km e correr outros 10 num circuito que terá como cenário outros pontos icônicos de Londres, como o Palácio de Buckingham, residência oficial da rainha Elizabeth II.  O Brasil será representado por Pâmella Oliveira no feminino, ao passo que no masculino terá Reinaldo Collucci e Diogo Sclebin. O objetivo principal é chegar o mais perto possível do primeiro pelotão, com uma posição entre os top 10, algo encorajado por recentes resultados internacionais promissores por parte de Pâmella e, sobretudo, de Reinaldo, ouro nos Jogos Pan-americanos de Guadalajara.
 
Para isso, eles terão que se aproximar do fortíssimo nível da prova na Europa. Um exemplo é o domínio no masculino dos irmãos britânicos Alistair e Jonathan Brownlee, que vêm se alternando nos títulos das principais competições e são mais do que cotados para ocupar dois dos três lugares do pódio. Colucci, porém, terminou num animador sétimo lugar na etapa de Hamburgo da Série Mundial, o último evento antes do triatlo olímpico (Sclebin fechou em 26º) e sonha ao menos igualar o melhor resultado brasileiro, o 14º lugar de Leandro Macedo em Sidney 2000.
 
“Conseguindo fazer uma prova sem erros, eu me vejo brigando por um lugar entre os dez primeiros. O ritmo do ciclismo promete ser alucinante, mas fiz uma preparação na altitude graças ao apoio da CBTri e do COB e venho me sentindo mais forte a cada dia. Tenho realizado alguns dos melhores treinos da minha vida e tenho tudo para fazer uma ótima prova”, conta Colucci.
 
No feminino, a disputa principal será entre a suíça Nicola Spirig e a neozelandesa Andrea Hewitt. Pâmella tem como principal desafio o 11º lugar de Sandra Soldan em Sidney, a melhor classificação de uma brasileira. “Gostei muito do percurso em Londres. Tanto a corrida quanto o ciclismo são em percursos planos e ainda podemos contar com o fator climático, pois não faz nem muito calor nem muito frio. Melhorando minha corrida, terei mais chances”, sonha Pâmella.
 
Os atletas também esperam ser incentivados pelo público, já que o percurso do triatlo terá trechos em que espectadores poderão assistir de graça. Como o Hyde Park já fica numa área bastante turística da capital, a expectativa é de que muita gente assista à passagem dos competidores.