Técnicos do handebol brasileiro adquirem conhecimento nos Jogos Olímpicos

"SB" e Eduardo Carlone / Foto: Divulgação

Londres - Os Jogos Olímpicos de Londres serviram como uma excelente forma de aprendizado para o handebol brasileiro, não somente para a Seleção Feminina, que terminou em sexto lugar, mas também para as futuras gerações da modalidade. Pensando na continuidade do trabalho e no desenvolvimento do esporte no País, a Confederação Brasileira (CBHb) resolveu dividir a experiência com os técnicos Eduardo Carlone, da Seleção Feminina Júnior, e José Ronaldo 'SB', da Seleção Masculina Universitária. Os dois estiveram presentes em quase todas partidas do feminino e do masculino para observar de perto as melhores equipes do Mundo.
 
A ida dos dois a Londres foi viabilizada por uma parceria entre a CBHb e a Metodista/São Bernardo, equipe em que 'SB' e Carlone também são treinadores. Enquanto o clube arcou com os custos da viagem, a Confederação cedeu os ingressos para os jogos, com o objetivo de proporcionar uma oportunidade de os técnicos adquirirem ainda mais conhecimento internacional. Depois de tudo o que viram, os dois são unânimes em dizer que o handebol brasileiro não fica atrás de nenhum outro no quesito técnico.
 
"A maneira que jogamos é muito próxima da europeia. Algumas equipes ainda têm como diferencial o biótipo. Mas ainda assim, não ficamos para trás", destacou Carlone. "Técnica e taticamente, não devemos nada para ninguém. Se continuarmos com esse trabalho desenvolvido pela Confederação, em breve teremos resultados internacionais ainda melhores. É uma questão de detalhes", completou, referindo-se à Seleção Feminina. 
 
Carlone destacou o equilíbrio existente entre as equipes femininas no handebol mundial atualmente, o que, em Londres, foi demonstrado pela eliminação dos dois países que ficaram na liderança da fase de grupos - Brasil no A e França no B - e a final entre dois que ocuparam o quatro lugar - Noruega e Montenegro. "Saber lidar com situações de pressão como ser o primeiro do grupo faz toda a diferença, e as norueguesas e as montenegrinas são boas nisso. Mas as coisas já mudaram. Antigamente, essas adversárias nem faziam análises para jogar contra nós. Hoje, elas já estudam como podem fazer para ganhar da gente", acrescentou Carlone. 
 
Para Carlone, no masculino, o Brasil ainda está um pouco mais longe em alguns aspectos, mas o sistema tático de jogo também é muito parecido com o das potências europeias. "De uma maneira geral, as equipes masculinas estão muito fortes e rápidas. Quanto às táticas utilizadas, não há muita novidade. Mas chegamos à conclusão de que o preparo físico é o diferencial. Precisamos trabalhar muito nesse sentido."
 
'SB,' que foi jogador da Seleção Masculina, comemorou a oportunidade de acompanhar os Jogos Olímpicos do lado de fora da quadra. "É uma experiência pela qual a maioria dos técnicos de handebol deveria passar. Aqui, tivemos a chance de assistir a diferentes escolas da modalidade e somamos um grande aprendizado, que pretendemos usar no handebol nacional, seja nos clubes ou nas seleções."
 
O treinador também destacou a proximidade do handebol brasileiro com os demais. "Ficamos muito próximos de uma medalha. Tínhamos totais condições de fazer uma final contra Montenegro, equipe que já havíamos vencido na primeira fase. Mas ainda vamos chegar lá. Tenho certeza de que, com esse trabalho, vamos conquistar uma medalha no Rio de Janeiro em 2016." Para 'SB', algumas seleções como a Coreia do Sul se diferenciam das outras pela velocidade de jogo adquirida nos últimos anos e pela troca constante de posições. "Como os coreanos têm a estatura mais baixa, compensam com a velocidade, tanto no feminino quanto no masculino. Eles também têm uma defesa mais agressiva e aberta."