Estreantes em Jogos Olímpicos, Arthur Zanetti e Sergio Sasaki apostam em forte preparação psicológica

Ginástica masculina sabe como fugir da pressão/ Foto: Divulgação

Londres- Estreantes em Jogos Olímpicos, Arthur Zanetti e Sergio Sasaki já fazem parte da história da ginástica masculina brasileira. Até Londres 2012, o país jamais havia classificado mais de um atleta para uma edição da mais importante competição esportiva do mundo. Mas a equipe, encabeçada pelo experiente Diego Hypólito, quer ir muito mais longe e, para evitar que as reais chances de bons resultados escapem pelas mãos, aposta em uma forte preparação psicológica antes da disputa.
 
O caminho escolhido para fugir da pressão de participar de um evento da dimensão dos Jogos Olímpicos foi o mesmo para os dois jovens atletas: encarar a disputa como uma etapa de Copa do Mundo, competição corriqueira para qualquer ginasta de elite. “O aspecto psicológico é o que complica para muitos atletas. O fato de tratar-se dos Jogos Olímpicos acaba colocando uma pressão a mais, então estou encarando como se fosse mais uma etapa de Copa do Mundo e tentando deixar esse clima todo do lado de fora, para não interferir dentro do ginásio”, diz Zanetti, de 22 anos, que garantiu vaga em Londres 2012 na prova das argolas, ao conquistar a medalha de prata no Mundial do Japão, em outubro de 2011.
 
“É a minha primeira vez, então uso isso para aliviar um pouco a pressão também”, acrescenta Sasaki, de 21 anos, último atleta a carimbar passaporte para Londres, onde participará da disputa individual geral. “Tento pensar que não estamos nos Jogos Olímpicos, para não ter esse peso de que só acontecem uma vez a cada quatro anos e é a hora de fazer tudo. Tem que pensar em uma coisa de cada vez. Vamos competir e deixar acontecer”.
 
A familiaridade com o ambiente ajuda. Zanetti lembra que o fato de ter disputado um evento- teste e o Mundial de 2009 (conquistou, respectivamente, a medalha de ouro e um quarto lugar) no mesmo palco da competição olímpica facilita na hora de manter a cabeça no lugar e pensar apenas no próprio desempenho.
 
“A aparelhagem está no mesmo lugar, já tenho o mapa do ginásio na minha cabeça”, garante. “Vou fazer a minha série e sair satisfeito da competição. É disputar a classificatória, passar para a final e aí sim pensar em medalha. Se vier, vai ser uma consequência desse trabalho todo”.
 
Escolhido para ocupar a terceira vaga a que o Brasil tinha direito nos Jogos de Londres, Sasaki chega à competição com uma motivação a mais. Depois de ajudar a equipe brasileira a conquistar a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos Guadalajara 2011 e ter de abandonar as finais individuais gerais da competição em função de uma lesão no tornozelo direito, o ginasta vê na disputa olímpica a oportunidade perfeita para um recomeço.
 
“Para ser sincero, aquele resultado dos Jogos Pan-americanos está entalado até hoje. Tinha chances de vencer, me classifiquei em primeiro, e aconteceu a lesão. Agora, quem sabe, chegar à final e ficar entre os 10, que seria um resultado inédito para o Brasil...”, sonha o ginasta. “Estou procurando o meu espaço e trabalhando duro para chegar a esse resultado. A recuperação foi a parte mais difícil, aquela sensação de querer fazer uma coisa e seu corpo não deixar. Estava como um siri dentro da lata”, brinca.
 
Às vésperas da estreia e compenetrados, mesmo em meio ao contagiante clima de festa da Vila Olímpica, os estreantes só abrem brecha para comemoração quando o assunto é o momento histórico da ginástica masculina.
 
“Estamos em um processo de evolução muito grande e está todo mundo vendo quem é o Brasil na ginástica. Nunca tivemos tanto resultado, é a hora de abraçar isso tudo e de a ginástica masculina crescer como um todo. Sempre ficamos muito à sombra do feminino, em função da falta de resultados tão expressivos como um conjunto, e queremos ocupar o nosso espaço também. Para isso, precisamos desses resultados internacionais que estamos obtendo agora”, diz Sasaki.

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