Mosqueteiros do Brasil correrão por fora em Londres

Gaúcho Guilherme Toldo, de 19 anos, comemora a classificação para Londres / Foto: DivulgaçãoSão Paulo - Presente desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos, em 1896, a esgrima é uma das mais tradicionais e interessantes modalidades do programa olímpico atual. As dez categorias do esporte distribuirão 30 medalhas (prata, ouro e bronze) neste ano, nas Olimpíadas de Londres. O Brasil, que nunca beliscou um pódio na esgrima, mandará dessa vez três representantes à competição continental. Dois deles, Athos Schwantes e Guilherme Toldo, conquistaram suas vagas inéditas no Pré-Olímpico das Américas, no mês passado. Eles conversaram com o Esporte Alternativo sobre o início na esgrima, a atual situação do esporte no Brasil e a expectativa para Londres, dentre outros assuntos. 

Guilherme Toldo, de apenas 19 anos, já chegou a disputar diversos esportes, antes do afunilamento que o levou a escolher a esgrima. "Eu sou sócio de meu clube atual desde pequeno e por isso utilizava as dependências do clube para vários esportes. Junto a esgrima, realizava natação, tênis, futebol, ente outros. Com o aumento dos deveres e provas escolares, reduzi meu tempo, eliminei algumas atividades e fiquei apenas com a esgrima", explica o atleta, praticante há 12 anos.

Gaúcho, Toldo fala dos atletas que já o inspiraram. "Eu buscava me espelhar no João Souza", conta, referindo-se ao atleta que competiu em Pequim, em 2008, e ficou na 23ª colocação no florete. "Com o tempo eu fui conhecendo outros estios de esgrima e achei muito interessante o estilo da esgrima italiana. Assim, busco misturar os estilos de jogo do Andrea Baldini e do Valério Aspromonte, que são os melhores esgrimistas do mundo", ressalta.

Um dos resultados mais importantes da curta carreira de Toldo, em competições adultas, é a medalha de bronze no florete, em Guadalajara, no Pan-Americano do ano passado. Mas a vaga para Londres também é destaque nas conquistas do jovem esgrimista.

Quanto à presença e atenção dada à esgrima no Brasil, Toldo vê com otimismo. "A esgrima do Brasil vem crescendo a passos largos e hoje tem se posicionado como a terceira potência da América. Isso é muito bom para um esporte que não é valorizado no Brasil e que por muitos anos teve que trabalhar sozinho, no apoio aos atletas", lembra. Assim como é apontado em outras modalidades olímpicas, o planejamento da esgrima brasileira pretende ter bons resultados já no Rio, em 2016. "Hoje em dia estamos melhorando o nível da esgrima nacional em todas as armas e por isso, ampliando as chances de muitas medalhas no próximo ciclo olímpico", afirma o esgrimista que poderá inclusive fazer parte deste próximo ciclo de sucesso no esporte.

A vaga para a Olimpíada era um sonho muito distante, segundo a descrição do próprio Guilherme. "Há apenas um ano e meio eu venho pensando e treinando forte para esse objetivo", explica. Outros atletas, segundo ele, demoram até quatro anos para conquistar uma vaga desse nível.

Quando perguntado da sua expectativa para Londres, como era de se esperar, ele é modesto e sabe até onde pode ir. "Por ser muito novato, eu vou dar o melhor de mim e vou tentar avançar de fase e atingir os primeiros 32 colocados. Minha colocação no ranking mundial pode me ajudar nesse objetivo e espero que eu consiga mostrar novamente ao mundo que a esgrima brasileira tem seu valor e está fazendo o melhor para buscar resultados inéditos", crava Toldo.

Na outra ponta da classificação está Athos Schwantes, ou Sgt Schwantes, como pede pra ser chamado o sargento do Exército Brasileiro. O paranaense de 27 anos disputará sua primeira Olimpíada em Londres, na categoria espada, e sabe o valor que a vaga tem para sua carreira. "Foi a conclusão de um trabalho árduo e dedicado, com muito foco e determinação. No Pré-Olímpico passado eu fiquei em terceiro lugar, mas apenas o primeiro lugar conquistava vaga para Pequim. Para este Pré-Olímpico me preparei muito bem, estive treinando com os melhores do mundo na Itália por quase dois anos e agora o resultado chegou", comemora.

Após duas décadas no esporte, ele já sabe como competirá nos Jogos Olímpicos. "Para Londres irei correr por fora e surpreender meus adversários. É muito bom jogar quando não se é o favorito, pois assim a responsabilidade fica sendo toda do meu adversário", explica o esgrimista. "Espero fazer uma boa participação como fiz em competições no ano passado, quando ganhei do Campeão Mundial de 2009", lembra. O feito impulsionou Athos para a disputa do Pré-Olímpico.

O Sgt Schwantes crê ainda no clima diferente das Olimpíadas para beliscar uma posição melhor do que as conseguidas pelo Brasil em Pequim. "Nos Jogos Olímpicos tudo é possível!", afirma o brasileiro.

Eventos esportivos / Entidades Mundiais

Rugby campeão

Brasil é campeão do Sul-Americano 6 Nações

 
 

 

 
Mascotes

Mais lidas da semana

Curta - EA no Facebook