Três Coroas: Um paraíso para a Canoagem Slalom brasileira

 nome se deve a um pinheiro de três copas (coroas) que existia no vale do Arroio Kampf, onde diversos imigrantes de origem alemã e italiana fixaram residência/ Foto: DivulgaçãoTrês Coroas - O nome se deve a um pinheiro de três copas (coroas) que existia no vale do Arroio Kampf, onde diversos imigrantes de origem alemã e italiana fixaram residência. Com uma população estimada de 22 mil habitantes, Três Coroas está a 91 Km de Porto Alegre e faz divisa com as cidades turísticas de Canela e Gramado.

O Município é cortado pelo Rio Paranhana  que pertence a bacia do Rio dos Sinos. Como em todo o Vale dos Sinos a economia gira em torno da indústria calçadista sendo o comércio local responsável pela produção de alguns milhões de pares de sapatos por ano.

A Canoagem Slalom brasileira deve muito ao Município de Três Coroas, pois foi neste local que surgiu o primeiro núcleo organizado do esporte no País, a ASTECA – Associação Três Coroense de Canoagem – responsável pela formação dos principais atletas da modalidade, como, por exemplo, Gustavo Selbach e Cássio Ramom Petry, os dois maiores vencedores nacionais de todos os tempos nas categorias K1M e C1M, respectivamente.

Os mais importantes eventos também foram realizados no Município, mais especificadamente em um pequeno paraíso da canoagem denominado “Parque das Laranjeiras”. Um local belíssimo encravado no Vale do Paranhana cercado de montanhas e áreas verdes por todos os lados. Esse local foi descoberto por duas personagens deste esporte residentes em Três Coroas: o engenheiro eletricista André Luiz Behs e o empresário Flávio Belotto, mais conhecido como “Periquito”.

“Em setembro de 1988 foi realizado na Pedreira, onde o município mantinha uma pista de Canoagem Slalom, o último evento naquele local. Em face de haver pouca declividade e os atletas da Cidade estarem crescendo tecnicamente,  foi necessário que procurássemos uma nova opção de pista. Ainda no ano de 1988 o Periquito  e eu saímos como uma moto, percorrendo as estradas que margeaim ambas as margens do rio em busca de um local tecnicamente apropriado para o esporte, além de conveniente para organização de grandes eventos e competições. Tínhamos alguns lugares em mente, com boas corredeiras, mas precisávamos também de um local plano para público e organização dos eventos, o que era fundamental para a Cidade. O “S (Esse) Grande” era um dos locais preferidos dos canoístas, mas, aparentemente, o entorno era muito acanhado para organização de eventos. Foi aí que, graças à agilidade da moto do Periquito, conseguimos enxergar na margem oposta uma área cheia de “vassouras” que formava um macegal. Em contato com moradores antigos descobrimos que aquele “macegal” antigamente era um potreiro para gado e tinha muitas laranjeiras.  Mais tarde, com a limpeza do local e a retirada das vassouras, a área voltou a ser aquele descampado enorme. Fomos em busca do proprietário, que residia em São Leopoldo, e convencemos a Prefeitura a adquirir a área” – relatou André Luiz Behs.

A partir da desapropriação, no início de 1989, a Prefeitura Municipal e a Asteca começaram a trabalhar na área que foi batizada com o nome de Parque de Laranjeiras. Para justificar o nome de batismo, resgatou-se a característica original através do plantio de laranjeiras, além de outras plantas nativas, dando a característica de um parque ecológico ao local, com a preservação da natureza, além da prática esportiva e de eventos. A prefeitura  passou a investir para que o Parque abrigasse as mais importantes competições nacionais e internacionais. Comungando com essa visão futurística, no ano de 1992 a Confederação Brasileira de Canoagem conseguiu junto à Federação Internacional de Canoagem o direito de sediar o Campeonato Mundial Sênior de 1997.

Com a conquista do Mundial, Três Coroas começou a se preparar desde 1993 para o evento, estabelecendo metas anuais para a organização de campeonatos brasileiro, Sul- americano, Pan-americano e final da Copa do Mundo (em 1996). Em maio de 1993 chegou a Três Coroas Jaroslav Pollert, da República Tcheca, engenheiro e doutro em hidrologia, para auxiliar na remodelação do leito do Rio Paranhana, no trecho do “S Grande”, melhorando em muito a qualidade de navegação técnica da pista. Também foram iniciadas as melhorias das margens, até então praticamente intransitáveis e perigosas. Neste trabalho outro personagem importante foi o lendário Tchaca, muito conhecido na canoagem e que iniciou a dar forma às margens, criando os passeios que hoje tanto auxiliam nos eventos e treinos de canoagem.

O Mundial foi um marco para o esporte no Brasil, pois gerou muita mídia televisiva e cobertura jornalística que não eram comuns à canoagem. Mais importante que isso, foi em decorrência desse evento que vários outros núcleos começaram a ser instalados em alguns outros estados brasileiros, como por exemplo, no Paraná e em São Paulo.

Para Flávio Belotto o Município acertou em investir no esporte: “Olhando para trás percebo que a nossa batalha pelo esporte não foi em vão, hoje o Município de Três Coroas é reconhecido mundialmente e a estrutura que propiciamos para a Canoagem Slalom brasileira e para o próprio rafting turístico encanta a todos, desde os veteranos que já participaram de inúmeros eventos aqui,  até mesmos aos mais novinhos que estiveram conosco  nessa segunda edição da Copa Brasil de Canoagem Slalom que acabou de acontecer”.

 

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