Derrota com dignidade

Equipe feminina de basquete luta até o fim, mas perde para a Rússia por 69 a 59/ Foto: Washington Alves/AGIF/COB

Londres- A seleção brasileira feminina de basquete perdeu para a da Rússia por 69 a 59 (31 a 26 no primeiro tempo), nesta segunda-feira, 30 de julho, no Basketball Arena, pela segunda rodada do Grupo B dos Jogos Olímpicos Londres 2012. Embora tenha sofrido sua segunda derrota na competição, a equipe do treinador Luis Claudio Tarallo deixou a quadra com a certeza de ter feito uma partida melhor do que a da estreia, diante da França. E mais do que isso, de ter provado ter condições de garantir classificação para a próxima fase. O time volta à quadra nesta quarta-feira, 1º de agosto, para enfrentar a Austrália.

 

O jogo começou favorável à Rússia, que aproveitou a maior estatura média da sua equipe para trabalhar as bolas no garrafão brasileiro. Com isso, não demorou a abrir vantagem de 9 a 3. A partir da metade do quarto, contudo, o Brasil acertou sua defesa e passou a dificultar a movimentação do adversário. Além disso, começou a dominar os rebotes defensivos. No ataque, a equipe também trabalhou melhor a bola. Dessa forma, equilibrou o jogo e teve duas chances de passar à frente do marcador. Mas acabou perdendo o primeiro quarto por 19 a 18.
 
No segundo quarto, o time brasileiro manteve a determinação defensiva, embora não tenha conseguido repetir o mesmo êxito na briga pelos rebotes. Por outro lado, a equipe passou a cometer erros sucessivos no ataque, sobretudo na troca de passes. Cometeu ainda algumas violações, como andar ou recuar a bola para a sua quadra. A Rússia aproveitou o descontrole brasileiro e chegou a abrir 31 a 22. Nos últimos minutos, o Brasil voltou a equilibrar a partida e foi para o vestiário cinco pontos atrás no marcador: 31 a 26.
 
O time retornou para o segundo tempo mais animado. Forte na defesa e trabalhando as jogadas de ataque com mais velocidade, precisou de apenas dois minutos para passar à frente no marcador: 32 a 31. A Rússia apertou a marcação na saída de bola brasileira e no seu garrafão defensivo e aproveitou também algumas cestas perdidas pelo time do Brasil embaixo da tabela. Assim, voltou a abrir vantagem de seis pontos: 43 a 37. As brasileiras tentaram reagir, mas terminaram o terceiro quarto em desvantagem de 49 a 43.
 
No último quarto, o Brasil não conseguiu manter o ritmo. Com erros sucessivos na defesa e no ataque, possibilitou que a Rússia abrisse 14 pontos de vantagem no placar antes de fechasse o jogo por 69 a 59.
 
O treinador Luis Claudio Tarallo destacou a evolução da equipe, mas reconhece que o time precisa jogar da mesma forma do início ao fim. “Conseguimos levar o jogo de igual para igual. Falta acreditar, no momento de fechar a partida, que podemos vencer. Não temos que aceitar o que o adversário nos impõe”, comentou Tarallo, consciente de que a equipe precisa superar a instabilidade.
 
“Nosso grupo é muito difícil. Nas últimas três edições dos Jogos Olímpicos, a Austrália só perdeu para os Estados Unidos. A Rússia é a campeã europeia e a França tem mostrado ser uma força nas últimas competições”, explicou Tarallo. “O importante é manter a persistência, acreditar sempre, até o fim. Talvez isso é o que nos tenha faltado no último quarto “, completou.
 
A ala Karla destacou a força do grupo e afirmou que a equipe vai lutar pela classificação até o final. “Enquanto estivermos na briga pela vaga, vamos lutar. Nosso grupo é de guerreiras e não vai desistir. O Brasil foi campeão mundial em 1994 depois de perder os dois primeiros jogos”, lembra a jogadora, referindo-se ao título conquistado por Paula, Hortência e cia. na Austrália. 
 
Responsável por três cestas de três pontos do Brasil no jogo diante da Rússia, Karla disse ainda que todo o trabalho do grupo na preparação para Londres 2012 não pode ser manchado por duas derrotas. “Todo mundo se esforçou muito para estar aqui. O trabalho foi bem feito. Se ganharmos da Austrália, no próximo jogo, embola a classificação do grupo”.
 
Chuca faz coro com Karla. Ela também lembrou as duas derrotas do Brasil na campanha que culminou com o título mundial e elogiou o trabalho de preparação para Londres. Mas admite que o time precisa melhorar, sobretudo no último período. “Não podemos deixar o ritmo cair no final. A equipe não pode entrar desligada e desconcentrada. Mas vamos brigar até o fim”, finalizou.