Castigo no fim

Seleção masculina de basquete perde para Rússia por 75 a 74 com cesta de três pontos a 4s do fim/ Foto: Valterci Santos/AGIF/COB

Londres- Foi um daqueles jogos de arrepiar. A seleção brasileira masculina de basquete estava com vitórias nas mãos, mas foi punida com uma incrível cesta de três pontos do ala-armador russo Vitaly Fridzon a quatro segundos do fim da partida. Curiosamente, o primeiro arremesso antes da linha de três do jogador russo. Com a derrota por apenas um ponto (75 a 74) no jogo desta quinta-feira, dia 2 de agosto, no Basketball Arena, o Brasil perdeu também a invencibilidade na competição.
 
O time brasileiro entrou em quadra com Marcelinho Huertas, Leandrinho, Alex, Anderson Varejão e Tiago Splitter. A equipe do técnico Ruben Magnano repetiu o bom posicionamento defensivo apresentado nas partidas contra Austrália e Grã-Bretanha, provando que este quesito é uma das principais armas do Brasil no momento. O time venceu o primeiro quarto por 20 a 15. No segundo quarto, os russos mostram sua força, principalmente com a categoria e os precisos arremessos de Timofey Mozgov, pivô do Denver Nuggets. Final do primeiro tempo: Rússia 40 x 32 Brasil.
 
A Rússia conseguiu abrir 11 pontos de vantagem no terceiro quarto quando faltavam 6m11s. Mas aos poucos, a seleção brasileira foi se reencontrando em quadra e diminuiu a diferença para seis pontos ao final do terceiro quarto: 59 a 53 para os russos. No último quarto, o Brasil voltou a fazer marcacão individual e por pressão. Foi a vez do ala-armador norte-americano naturalizado brasileiro Larry Taylor mostrar seu jogo, mesmo pendurado com quatro faltas. Faltando 5m38s para acabar o jogo, o Brasil empatou o placar: 63 a 63. A partir daí foi emoção pura até o fim. A seleção brasileira chegou a colocar cinco pontos de vantagem, mas acabou castigada com a incrível bola de três pontos que selou a vitória da Rússia por 75 a 74 a 4s do fim.
 
O Brasil terá mais dois jogos pela frente nesta primeira fase do torneio olímpico de basquete masculino: China (04/08) e Espanha (06/08). Uma vitória no próximo sábado contra os chineses deve selar a classificação brasileira à segunda fase. O mais provável é que tenha pela frente França ou Argentina. O técnico Ruben Magano revelou o tom da conversa dentro do vestiário logo após o jogo.
 
 “Se o que aconteceu nesta partida se transformar num aprendizado, certamente este grupo crescerá ainda mais na competição. Eu falei para eles que estava muito bravo. Mas não porque perdemos, mas do jeito que perdemos”, disparou Magnano.
 
Sobre a China, próximo adversário do Brasil e que será decisivo para a classificação da equipe, Magnano disse que é um time “curioso”. “Tem muitos jogadores que jogam abertos e chutam de três pontos. Quando jogam com um percentual alto de três pontos, é um time extremamente perigoso. Vamos analisar as atuações deste time e a partir daí traçar um planejamento ofensivo e defensivo”, analisou o treinador do Brasil.
 
Para o capitão Marcelinho Huertas, o Brasil, teve a vitória nas mãos no fim, mas agora todos terão de esquecer a partida e pensar somente na China. Ele explicou porque ninguém usou o artifício de fazer a falta em Fridzon antes do arremesso fatal.
 
“Era uma bola difícil para três pontos. Ele chutou da zona morta e ainda estava bem marcado. Se fizéssemos a falta eles teriam mais três lances livres. De onde ele estava e do jeito como foi o lance, se ele chutar 10 bolas, provavelmente vai errar nove”, disse Huertas, que ainda acredita na primeira colocação no Grupo B.