Golfistas brasileiros creem no fim do elitismo no esporte após 2016

Daniel Stapff / Foto: Zeca Resendes

Rio de Janeiro - A volta do golfe ao programa olímpico foi vista com muita desconfiança pelos amantes dos esportes olímpicos. Considerada uma das modalidades mais elitistas, o golfe poderia ser considerado um fiasco na Rio 2016 e não atrair público ou atenção coerentes com uma disputa olímpica. 

Entretanto, segundo dois dos atletas brasileiros que disputam a única vaga masculina do país em 2016 vislumbra um futuro bastante promissor para o golfe, condicionado a uma boa gestão do esporte no Brasil. 

Os números coadunam com o discurso de Alexandre Rocha e Daniel Stapff, atletas brasileiros. Em 2009, quando o retorno do golfe foi anunciado, apenas um torneio oficial ocorreu no país. Desde então a modalidade passou a receber verba por meio da Lei Agnelo/Piva, repassada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). 

Hoje, em 2014, cerca de 25 mil pessoas praticam golfe, sendo 10 mil profissionalmente. Além disso, 20 competições distribuiram neste ano R$ 3 milhões em prêmio, contra R$ 40 mil no único torneio oficial de 2009. 

"O interesse começa com o campo. Tudo indica que uma vez pronto e que o evento aconteça, em pouco tempo ele estará entre os 100 melhores do mundo. Um campo no Brasil que não é um país golfista entre os 100 melhores do mundo - os outros 99 estão nos EUA - é um mérito e desperta interesse", apontou Rocha. 

Além disso, o atleta brasileiro crê que a vinda de grandes astros, como Tiger Woods e a transmissão do torneio pela TV pode despertar o interesse das pessoas que não estão acostumadas ao golfe. 

"A Olimpíada vai mudar a imagem de que só velho e gente rica joga [golfe] no Brasil. Dizem que nem esporte é. Tem muita gente jovem e muito impacto e lesão no corpo. Tem que ter um bom preparo físico. E não é tão caro como pensam. Com o campo olímpico público vai ser mais acessível ainda para a população. Essa vai ser a maior mudança", garantiu Stapff, que ocupa atualmente a terceira posição do ranking nacional.