Nas finais por aparelhos, Brasil conquista mais quatro medalhas

Arthur Zanetti levou a melhor nas argolas no evento-teste / Foto: Miriam Jeske/Brasil2016.gov.br

Rio de Janeiro - Para fechar a participação no evento-teste de ginástica artística, o Brasil conquistou na noite da última segunda-feira (18.04) mais quatro medalhas. Nas argolas, Arthur Zanetti superou o atual campeão mundial, o grego Eleftherios Petrounias, e ficou com o ouro na sua primeira competição do ano. No feminino, ouro e prata para Flávia Saraiva, no solo e na trave, respectivamente, e bronze para Rebeca Andrade nas assimétricas. 
 
“Competir na arena das Olimpíadas, fazer a mesma trajetória e sair com um resultado desse foi muito bom, valeu muito a pena participar da competição”, avalia Zanetti, que na classificatória do domingo (17.04) havia somado (15.800) e terminado em segundo, atrás do rival (15.900). Desta vez, o brasileiro conseguiu 15.866 pontos e assistiu do banco o adversário fechar a prova com a nota de 15.833. O francês Samir Ait Said ficou com o bronze e completou o pódio (15.500).
 
No pódio, Zanetti conversou rapidamente com Petrounias. “Eu falei para ele que foi uma competição muito difícil e agradeci porque eu consegui ter esse resultado por causa dele. Como ele foi o campeão mundial, era o cara a ser batido. Ninguém sabe o quanto eu treinei para ter esse resultado”, conta o campeão olímpico nas argolas em Londres-2012, comemorando o crescimento da nota de um dia para o outro.
 
“Se a série tiver a mesma nota de partida, geralmente acontece de a nota final ser mais baixa (do que na classificatória). Desta vez consegui fazer o contrário, a série foi muito boa e eu cravei a saída. Isso fez a diferença e veio esse ouro maravilhoso”, festeja.
 
Zanetti comentou ainda que fez algumas alterações na série para evitar algum tipo de “vício” por parte da arbitragem. “Às vezes tem que ter algumas estratégias. Os árbitros já estavam descontando de alguns elementos praticamente sem ver. A gente acabou mudando um pouco a série, as posições da mão e da cabeça, para chamar um pouco mais de atenção e tirar esse foco dos elementos. A série está muito bem encaixada, provavelmente vamos manter isso”, explica o ginasta. 
 
Inspiração nas americanas - Quem também brilhou no evento-teste foi Flávia Saraiva. Classificada para as finais do solo e da trave, a atleta levantou a torcida a cada apresentação e faturou duas medalhas: ouro e prata, respectivamente. “Eu já me imagino na Olimpíada, competindo aqui. Eu me sinto muito bem com o público torcendo por mim, gosto muito disso”, comenta.
 
Flávia ressaltou ainda que, para ficar mais constante nas apresentações, tem seguido um treinamento no estilo das norte-americanas. “A gente está treinando muito firme, igual as americanas. Passei um tempo com elas na Itália e vi que elas não erram quase nada. Por isso que na hora vão lá e acertam. Eu estou tentando treinar isso e melhorando de pouco em pouco. Ainda não estou perfeita como elas, mas se Deus quiser vou ficar um dia”, deseja a ginasta.
 
A brasileira levou o bronze ao somar 14.433, atrás das alemãs Elisabeth Seitz (15.133) e Sophie Scheder (15.033). Já Daniele Hypolito terminou em quinto lugar no salto (14.049) e em sexto no solo (12.566), após um desequilíbrio na finalização do primeiro movimento. Jade também saiu sem medalha: a brasileira sofreu uma queda do aparelho e terminou em oitavo e último lugar da final da trave, com 12.066 pontos.
 
“Hoje o dia foi importante para a gente sentir mais um pouco como o ginásio estará montado para as Olimpíadas. São oportunidades que a gente tem que aproveitar”, acredita Daniele. “Fechando esta semana, a preparação vai ser firme como foi para o evento-teste. Com certeza cada atleta tem suas metas pessoais, mas a gente viu a chance que a gente tem também como grupo de estar em uma final olímpica por equipes”, completa.
 
A ginástica artística brasileira agora se prepara para disputar a Copa do Mundo de São Paulo, entre os dias 20 e 22 de maio, no Ibirapuera. Nesta terça-feira (19), o evento-teste do Rio recebe a a competição da ginástica de trampolim. O Brasil será representado por Rafael Andrade, já garantido nos Jogos Olímpicos.
 
Resultados por aparelhos:
 
Solo masculino
1- Oleg Verniaiev (Ucrânia) – 15.266
2- Kieran Behan (Irlanda) – 15.058
3- Nestor Abad (Espanha) – 14.833
 
Salto feminino
1- Dipa Karmakar (Índia) – 14.833
2- Oksana Chusovitina (Uzbequistão) – 14.716
3- Emily Little (Austrália) – 14.383 
 
Cavalo com alças (masculino)
1- Wei Sun (China) – 15.566
2- John Orozco (Estados Unidos) – 15.066
3- Vid Hidvegi (Hungria) – 14.700 
 
Paralelas assimétricas (feminino)
1- Elisabeth Seitz (Alemanha) – 15.133
2- Sophie Scheder (Alemanha) – 15.033
3- Rebeca Andrade (Brasil) – 14.433 
 
Argolas (masculino)
1- Arthur Zanetti (Brasil) – 15.866
2- Eleftherios Petrounias (Grécia) – 15.833
3- Samir Ait Said (França) – 15.500 
 
Salto masculino
1- Oleg Verniaiev (Ucrânia) – 15.333
2- Jacob Dalton (Estados Unidos) – 14.853
3- Igor Radivilov (Ucrânia) – 14.649 
 
Trave (feminino)
1- Sanne Wevers (Holanda) – 14.800
2- Flávia Saraiva (Brasil) – 14.733
3- Lieke Wevers (Holanda) – 14.366 
 
Barras paralelas (masculino)
1- Oleg Verniaiev (Ucrânia) – 16.133 
2- Ferhat Arican (Turquia) – 15.733
3- Anton Fokin (Uzbequistão) – 15.700
 
Solo feminino
1- Flávia Saraiva (Brasil) – 14.400
2- Larissa Miller (Austrália) – 13.700
3- Leah Griesser (Alemanha) – 13.566 
 
Barra fixa (masculino)
1- Epke Zonderland (Holanda) – 15.733
2- Andreas Bretschneider (Alemanha) – 15.600
3- John Orozco (Estados Unidos) – 15.366 
 
 
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