Esporte chega a Guaratiba

Área onde está sendo construída a Vila Olímpica / Foto: DivulgaçãoRio de Janeiro - A paraibana Maria Andréia Duarte, 29 anos, mudou radicalmente a visão que tinha de Pedra de Guaratiba, bairro que a acolheu quando chegou ao Rio há cinco anos. Ela conta ter resistido à ideia do marido de comprar uma casa no local. Hoje, nem pensa em sair da ilha de tranquilidade em que afirmar viver.

Com dois filhos, Andréia observa, animada, a agitação de tratores e caminhões empenhados na construção da Vila Olímpica de Pedra de Guaratiba. A construção faz parte do projeto da Prefeitura do Rio de estímulo à pratica de esportes e incentivo a novos talentos e inclui, ainda, uma Escola Padrão.

- Quando eu mudei para cá era horrível, as ruas não davam nem para passar, não tinha nada. De repente, tudo mudou. Principalmente com esse projeto da construção da escola, estou adorando. Tenho dois filhos e espero que consiga colocar eles aqui, que fica bem mais perto da minha casa. Só Deus vai me tirar daqui agora, porque estou adorando. Aqui é um pedacinho do céu - derrete-se Andréia.

A Vila Olímpica de Pedra de Guaratiba ocupará uma área de aproximadamente 18.500 m2, com um investimento de R$ 17,4 milhões. O projeto inclui a construção de um ginásio coberto, com uma quadra polivalente, vestiários, pista de atletismo e piscinas infantil e olímpica. A Escola Padrão terá 13 salas e atenderá cerca de 500 crianças em cada turno.

- Nós tivemos algumas dificuldades que foram verdadeiros desafios. Tínhamos lá 24 famílias que precisavam ser reassentadas, então desenvolvemos um trabalho em conjunto com a secretaria municipal de Habitação - ressalta Marco Antônio Almeida, presidente da RioUrbe, empresa responsável pela obra.

Morador há 20 anos da região, Argemiro Ferreira é saudosista com relação ao cantinho que escolheu para viver no início da década de 90. Diz que o aumento do número de vizinhos intensificou problemas em relação ao meio ambiente. Problema que, acredita, serão resolvidos agora.

- Com a chegada das obras da vila olímpica, nós já estamos sentindo as melhorias no bairro. Em primeiro lugar, isso aqui era um pântano; com o aterro, evita-se os focos de mosquito. Agora essa rua vai ser urbanizada e saneada. Já é outra melhoria. O esgoto aqui era jogado para o terreno do vizinho. Sem dúvida que vai melhorar. Quem morar aqui, não vai precisar se deslocar até o Miécimo da Silva, em Campo Grande, para praticar natação – diz Argemiro, que mora em frente ao terreno onde está sendo construída a vila.

O presidente da RioUrbe afirma que um dos objetivo das vilas é levar pontos de integração para locais, em geral, carentes desses tipos de equipamentos. Por conta disso, outras regiões da cidade também estão sendo contempladas com o projeto, como é o caso de Honório Gurgel, Ilha do Governador e Caju.

- Quando você tem uma aglutinação e uma densidade demográfica muito grande, mas com pouco investimento nessas áreas de lazer, a vila chega não só para a prática de esportes, mas também para trazer a comunidade para essa integração social - diz Marco Antônio.

A vila olímpica de Pedra, que começou a ser construída em fevereiro, terá ainda área de lazer, um grande espaço verde, inclusive com churrasqueiras. A previsão é que em abril de 2012 as famílias de Andréia e de seu Argemiro já possam dizer se as expectativas foram correspondidas.