Escolhido projeto para plano geral do Parque Olímpico Rio 2016

Foi divulgado nesta sexta-feira, dia 19 de agosto, o projeto vencedor do Concurso Internacional para o Plano Geral Urbanístico do Parque Olímpico Rio 2016 / Foto: EFERio de Janeiro - Foi divulgado nesta sexta-feira, dia 19 de agosto, o projeto vencedor do Concurso Internacional para o Plano Geral Urbanístico do Parque Olímpico Rio 2016, coordenado pela Empresa Olímpica Municipal em parceria com o Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB).

O anúncio da consultoria internacional AECOM como a vencedora do concurso foi realizado no Centro Aquático Maria Lenk, construído para os Jogos Pan-americanos e Parapan-americanos Rio 2007 e que fará parte do Parque Olímpico. 

Além do presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, Carlos Arthur Nuzman, e do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; o evento contou com a presença do ministro do Esporte, Orlando Silva; do secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado do Rio, Régis Fichtner; do presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes; da presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Silvia Bastos Marques; e do presidente do IAB, Sérgio Magalhães.

O concurso reuniu 60 trabalhos de escritórios de 18 países. Com sete integrantes, o júri foi formado por representantes da Prefeitura do Rio, da União Internacional de Arquitetos, do Instituto dos Arquitetos do Brasil, do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016 e do Governo Federal.

O Plano Geral Urbanístico define como será ocupada a área do Parque Olímpico, os espaços públicos, praças e parques, além da disposição das instalações permanentes e temporárias e dos futuros empreendimentos imobiliários a serem construídos na área. O detalhamento do plano, por meio do Projeto Executivo, será feito ao longo dos próximos meses pela AECOM em conjunto com os entes envolvidos na construção do parque.

Os projetos para cada uma das instalações a serem construídas no parque, permanentes ou temporárias, serão objeto de concursos subsequentes, também a serem realizados pela Prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com o IAB.

O Instituto dos Arquitetos do Brasil anunciou ainda um acordo com o Comitê Organizador Rio 2016 para a realização de outro concurso para escolher o projeto do novo campo de golfe a ser construído na cidade para os Jogos Olímpicos.

A AECOM, que também foi a responsável pelo Plano Geral Urbanístico do Parque Olímpico dos Jogos Londres 2012, receberá um prêmio de R$ 100.000.

Assim como em Londres, o projeto da AECOM para o Rio contempla a utilização do parque durante e após os Jogos. No modo “Jogos Olímpicos”, o projeto assegura as melhores condições para a realização e operacionalização da competição esportiva. No modo “Legado”, garante a viabilidade dos novos empreendimentos de forma sustentável.

A proposta urbanística também contempla a transição do modo “Jogos Olímpicos” para o modo “Legado”; a preservação das qualidades ambientais do sítio, com destaque para a recuperação ecológica da lagoa; a priorização da permeabilidade do solo; acessibilidade universal; a integração dos projetos municipais previstos para o entorno; a priorização de inovações tecnológicas sustentáveis; a conexão entre os futuros equipamentos, esportivos ou não, através dos espaços públicos; o atendimento aos compromissos previstos na Candidatura Rio 2016; e a segurança.

Em 2016, o Parque Olímpico será o coração dos Jogos. Com área de 1.180.000 metros quadrados, vai abrigar disputas de 10 esportes olímpicos (basquete, judô, taekwondo, lutas, handebol, hóquei sobre a grama, tênis, ciclismo, esportes aquáticos e ginástica) e 11 paraolímpicos (basquete em cadeira de rodas, rugby em cadeira de rodas, bocha, judô, vôlei sentado, goalball, futebol de 5, futebol de 7, tênis em cadeira de rodas, ciclismo e natação). No local, também será construído o Centro Principal de Imprensa (MPC, na sigla em inglês) e o Centro Internacional de Transmissões (IBC, na sigla em inglês), onde trabalharão cerca de 20 mil jornalistas credenciados.

Mais de três milhões de ingressos serão vendidos para competições a serem disputadas no parque, que receberá cerca de 200 mil espectadores por dia.

Após os Jogos, instalações esportivas e novas construções formarão uma área que será referência de planejamento e sustentabilidade para a cidade. O Plano Geral Urbanístico libera, no mínimo, 60% da área para empreendimentos futuros. As novas instalações esportivas permanentes estão concentradas em torno dos já existentes, construídas para os Jogos Pan-americanos e Parapan-americanos Rio 2007 – Centro Aquático Maria Lenk, Velódromo Olímpico e Arena Olímpica. Após os Jogos, este grupo de construções formará o primeiro Centro Olímpico de Treinamento da América do Sul e se tornará referência na descoberta e desenvolvimento de talentos esportivos.

Segundo Carlos Arthur Nuzman, “esta foi mais uma etapa no trabalho de construção do legado dos Jogos Rio 2016. O legado do Parque Olímpico para o esporte brasileiro será um centro de treinamento inspirado nos modelos de sucesso das principais potências esportivas do mundo”.

Eduardo Paes disse que a cidade “está caminhando muito bem na organização dos Jogos, como mostra este concurso. A preocupação é com o legado que ficará para a cidade. O Parque Olímpico será uma instalação central dos Jogos, concentrando diversas modalidades esportivas. Um dos objetivos do concurso foi pensar como ocupar essa área de maneira que seja possível captar recursos privados para obras que seriam feitas com recursos públicos”.

O britânico Adam Williams, diretor associado da AECOM, revelou ter buscado “inspiração nos elementos da cidade. Quisemos levar a experiência adquirida em Londres, onde também foi importante planejar o parque para durante e depois dos Jogos, assim como a transição entre esses dois momentos”.

Orlando Silva notou que “o resultado do trabalho tem a marca da inovação. A inovação no diálogo com a sociedade [por meio da parceria com o IAB] e inovação no projeto, que tem a dimensão da cidade do Rio de Janeiro”.

Para Regis Fichtner “é gratificante ver que o trabalho de preparação para os Jogos está evoluindo com mais este passo sendo dado. As obras de responsabilidade do Governo do Estado, como a construção da linha 4 do metrô, também estão andando bem”.

Marcio Fortes lembrou que “um concurso como este tem um valor muito grande porque atrai a atenção do mundo inteiro. Arquitetos de todo o planeta se preocuparam em pensar sobre como deixar uma contribuição arquitetônica para o Rio”.

Maria Silvia Bastos Marques observou que “os Jogos são uma oportunidade única para a cidade e é isso o que nos motiva. Este concurso colocou em debate a construção de instalações fundamentais para a competição, mas também nos deu a oportunidade de pensar um legado importante para a cidade”.

Comentando o projeto, Sergio Magalhães afirmou que “os vencedores mostraram deferência ao Rio de Janeiro, com um elemento sinuoso preto e branco no desenho que remete ao calçadão de Copacabana”.