Daniela Mercury dá o tom ao lançamento da Marca Rio 2016

Gryner apresentou o projeto do Parque Olímpico, que será construído em uma área de 1,6 milhão de metros quadrados / Foto: Sergio Huoliver / RIO2016Rio de Janeiro - Daniela Mercury tem a cara do Brasil. Mas ainda não tem a marca. “Cadê? Trouxeram para eu ver?”, pergunta na porta do quarto do hotel à beira-mar em Ipanema, numa bela tarde ensolarada de sábado na zona sul do Rio de Janeiro. “Estou curiosíssima”.

o show de Daniela no maior palco da Praia de Copacabana, dia 31 de dezembro, na tradicional festa de réveillon, dará o tom no aguardado lançamento da logomarca dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Será interrompido às 22h para fazer história.

“Parintins, o samba-reggae dos afros da Bahia e as escolas de samba vão estar no show, além de toda a história da música brasileira. Começa com candomblé, termina com candomblé”, se empolga a célebre bahiana, vencedora do Grammy Latino, que já vendeu mais de 20 milhões de álbuns ao redor do mundo, cujo estrondoso sucesso desde o início da década de 1990 se confunde com uma era de crescimento, desenvolvimento e participação cada vez mais intensa e destacada do Brasil no cenário internacional.

“O Brasil é o novo mundo. ‘Velho mundo, enquanto envelheces, aprendo a andar’ [declamando]. O velho mundo encantou o novo mundo com sua tecnologia, com sua história. Mas nós temos a tecnologia da Europa, a rítmica e a religiosidade dos africanos, e a afetividade e a doçura dos índios. Somos um país encantador, um dos países mais simpáticos à grande massa das populações do mundo”, conta Daniela. “E tem mais. Aqui, você conhece um estrangeiro, no dia seguinte a pessoa está na sua casa, almoçando. Passa mais um dia, já está convidado a ficar”.

A harmonia entre os diferentes e a energia contagiante do povo, simbolizados na tradicional festa de ano novo em Copacabana, encanta. “A espontaneidade do carioca, a capacidade de comunicação, de falar outras línguas, por exemplo. Temos essa facilidade que outros povos não têm. A capacidade de conviver com a miscigenação, com a diversidade, de viver junto. A cultura de rua, cultura de multidão, as pessoas se falam, as pessoas se abraçam, se tocam. É o Rio de janeiro com seu sincretismo religioso, o catolicismo com umbanda com candomblé [risos]. É a forma de se movimentar. É tudo”.

A conversa na varanda do hotel, de frente para a Pedra do Arpoador, o mar azul turquesa e o calçadão de Ipanema, cantado em verso e prosa por Vinícius de Moraes e Tom Jobim, é interrompida pelo funk carioca e o forró nordestino na calçada. “Está vendo isso? Isso é Brasil”, diz. “Em um cenário desses, não há como ser diferente. O ser humano é expressão da sua terra. É difícil falar do Rio sem falar da natureza, do mar, do verde. As pessoas são doces, acolhedoras, divertidas, alegres. Nasceram para receber o mundo. Aliás, o Rio de Janeiro é a cidade mais bela do mundo, não tenho nenhuma dúvida disso. Já estive em muitos lugares, mas igual a essa cidade não há”.

A cor da cidade e os cantos do Brasil, Daniela conhece bem. Embaixadora da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), já rodou o país para levar cultura, educação e uma palavra de esperança às crianças que mais necessitam. A valorização do esporte e do espírito olímpico, segundo ela, são dois dos maiores legados que os Jogos Olímpicos Rio 2016 podem deixar.

“Os Jogos Olímpicos, e o esporte como um todo, educam para o convívio, para a saúde, para as relações humanas, a humildade, ajudam o mundo a se compreender, a aceitar a riqueza do outro. Às vezes, a superioridade do outro também. Além dos esportistas de alto rendimento, a gente vai ter a grande massa da população brasileira amando mais o esporte, entendendo a importância do esporte no seu cotidiano. Acolherão essa competição com mais vibração, com mais comprometimento, com mais cumplicidade. A gente só compreende o que a gente vive. Esporte construirá uma base mais consistente e sólida. Muito mais esporte e muito mais cultura, esse vai ser o grande legado”, acredita, sorridente.

Como milhões na praia, Daniela Mercury será, ao mesmo tempo, espectadora e atração. Como todos os brasileiros, será parte do espetáculo em 2016. Até lá, as tardes ensolaradas em Ipanema transformam em poesia a união, a energia e o calor humano, a cara do carioca. O que marca o Rio de Janeiro está no símbolo e no coração do Rio 2016.

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