Campeões da Copa Suzuki Jimny apostam em regatas ainda mais apertadas

Time do Tomgape comemora  / Foto: Aline Bassi / BalaioIlhabela - Os números da primeira etapa da Copa Suzuki Jimny mostram que a vela oceânica continua forte e organizada no Brasil. Na raia, regatas equilibradas e os resultados foram decididos na última prova disputada no domingo, dia 25 de Março, no litoral norte de São Paulo com sol e ventos variando de 8 a 12 nós, na direção leste.

A abertura do Circuito Ilhabela contou com 50 barcos nas classes ORC, BRA RGS, HPE e C30 e os principais nomes da modalidade em dois fins de semana no Yacht Club de Ilhabela (YCI). Na classe dos ‘barcos grandes’, a ORC, o título ficou nas mãos do Tomgape (Sérgio Cardoso) com desempenho perfeito da equipe. Vale ressaltar que o barco é o antigo Touché e tem a mesma tripulação. Ernesto Breda voltou à competição em grande estilo, comandando o veleiro que vendeu para Sérgio Cardoso.

"É importante ter adversários de alto nível correndo mais uma vez na ORC. Espero que mais embarcações entrem na disputa. A chegada dos S40 e o investimento nas tripulações só aumentam a nossa força", destaca Ernesto Breda.

A organização também comemora a participação dos velejadores experientes, principalmente na ORC. André Mirsky, um dos principais nomes da categoria, foi tático do Carioca, um S40 que correu a Copa Suzuki Jimny. "É um novo momento da classe com a entrada de novos veleiros. A regra de rating é emocionante e, até o final, ninguém sabe quem venceu. Por isso, a tripulação precisa extrair tudo o que pode", comenta o atleta que foi duas vezes vice-campeão mundial de vela oceânica.

A Comissão de Regatas dividiu a ORC em duas: geral e menores de 30 pés. E, na nova categoria, o Sextante (Thomas Leomil Shaw) foi o campeão após quatro regatas.

Muito equilíbrio na BRA RGS - Na BRA RGS, classe com maior número de barcos na vela oceânica nacional, mais uma vez as provas foram bastante equilibradas desde a semana passada. A categoria é subdivida em quatro (A,B, C e Cruiser). Um dos maiores da flotilha, o veleiro Fram (Felipe Aidar) foi o campeão superando o Inaê-Transbrasa (Bayard Umbuzeiro Filho).

"O campeonato foi decidido no detalhe. Os adversários investiram em treinos e equipamentos e colocaram pressão na gente andando muito bem. Vamos continuar focados e a ideia é comprar mais velas para melhorar ainda mais nosso desempenho e vencer a Copa Suzuki ao longo das quatro etapas", antecipa Felipe Aidar.

O campeão da BRA RGS B foi o Nomad (Mauro Dottori). O desempenho inicial com três vitórias e um segundo lugar na semana passada fez a diferença e a equipe só administrou a vantagem neste domingo. Na C, Rainha (Leonardo Pacheco) e Ariel (Luis Pimenta) levaram a decisão para as duas regatas finais. Quem se deu melhor foi o Ariel nos critérios de desempate.

Na Cruiser, onde se encontram os chamados cruzeiristas, a medalha de ouro foi para o Hélio II - Hospital Sírio Libanês (Marcos Lobo). A tripulação mesclou médicos e engenheiros e o entrosamento falou mais alto.

"Estamos juntos desde o ano passado e os integrantes são bastante experientes e sabem extrair tudo do barco. O objetivo é continuar com esse entrosamento e levar o bi", conta Marcos Lobo.

Disputas acirradas marcarm HPE - Na HPE, com 18 barcos na raia e disputas acirradas, o título ficou com o Bond Girl (Rique Wanderley). Foram cinco vitórias em nove regatas e o pior resultado, descartado pelo regulamento, foi um nono. A regularidade fez a diferença para o time, que tirou a hegemonia do Ginga (Breno Chvaicer), que dominou a classe em 2011.

"Os barcos estão andando iguais e essa é a tônica da HPE. O nosso é mais antigo que os demais e, pelo que percebi, isso não interfere. Velejamos bem durante as nove regatas e conseguimos essa vantagem no final. Mesmo assim, os adversários apertaram bem", explica Carlos Henrique Wanderley, comandante do Bond Girl, líder da classificação geral da HPE.

O vice-campeão Marcelo Bellotti também estava satisfeito. "A equipe do Bond Girl estava inspirada, mas conseguimos nos aproximar da média deles. Para as próximas etapas, o nosso objetivo é ser mais agressivo nas largadas, já que estamos velejando bem", afirma Marcelo Bellotti, vice-campeão com o SER Glass Eternity.

Novata na raia, a C30, provou que tem tudo para ser uma das mais fortes de one-design. Como ainda estão sendo construídos vários barcos, dois veleiros fizeram uma espécie de match race em Ilhabela. O Barracuda (Humberto Diniz) foi o campeão vencendo a maioria das regatas.

"As provas foram muito equilibradas. Qualquer erro na manobra ou na largada pode custar a vitória. Em 30 segundos é possível ultrapassar o adversário e o objetivo é ficar sempre atento. A categoria está aprovada e tendência é aumentar a flotilha nas próximas etapas", assegura Humberto Diniz.

A segunda etapa será em dois finais de semana - 26 e 27 de maio e 2 e 3 de junho. Os barcos voltam a se enfrentar no litoral norte paulista em setembro (22, 23, 29 e 30) e decidem os campeões entre 24 e 25 de novembro e 1 e 2 de dezembro.

Resultados

ORC - após seis regatas e um descarte
1º - Tomgape (Sérgio Cardoso) - 5 pontos perdidos (1+1+1+1+1+5)
2º - Orson/Mapfre (Carlos Eduardo Souza e Silva) - 12 (2+2+4+3+4+1)
3º - Carioca (Roberto Martins) - 13 (4+3+2+2+2+4)

ORC 30 pés- após quatro regatas
1º - Sextante (Thomas Leomil Shaw) - 5 (1+1+2+1)
2º - Colin (Sebastian Menendez) - 8 (2+1+2+3)
3º - Mashallah (Guillermo Henderson Larrobla) - 13 (4+4+3+2)

HPE - após nove regatas e um descarte
1º - Bond Girl (Rique Wanderley) - 15 (1+3+9+1+1+1+5+2+1)
2º - SER Glas Eternity (Marcelo Bellotti) - 33 (10+10+4+6+3+2+2+1+5)
3º - Take Ashauer (Marcos Ashauer) - 38 (3+7+2+2+4+7+6+11+7)

RGS-A - após seis regatas e um descarte
1º - Fram (Felipe Aidar) - 6 (7+1+2+1+1+1)
2º - Inaê-Transbrasa (Bayard Umbuzeiro Filho) - 9 (1+3+1+2+3+2)
3º - BL3 (Clauberto Andrade) - 12 (2+2+3+4+2+3)

RGS-B - após seis regatas e um descarte
1º - Nomad (Mauro Dottori) - 6 (1+1+1+2+1+2)
2º - Blue Too (Domingos Carelli) - 12 (2+2+2+3+6+3)
3º - Anequim (Paulo de Moura) - 17 (7+7+4+1+4+1)

RGS-C - após seis regatas e um descarte
1º - Ariel (Luis Pimenta) - 7 (3+2+1+1+1+2)
2º - Rainha (Leonardo Pacheco) - 7 (1+1+3+2+2+1)
3º - Jazz 4 (Volnys Bernal) - 17 (4+3+3+3+4+4)

RGS-Cruiser - após seis regatas e um descarte
1º - Helios/Sírio Libanês (Marcos Lobo) - 5 (1+1+1+1+1+1)
2º - Pirajá (Rubens Bueno) - 12 (3+5+2+2+3+2)
3º - Cocoon (Luiz Caggiano) - 12 (2+2+3+3+2+3)

C30 - após seis regatas e um descarte
1º - Barracuda (Humberto Diniz) - 5 (1+1+1+1+2+1)
2º - Realizado (José Apud) - 9 (2+2+2+2+1+2)