Ele usou celular pela 1ª vez após ouro olímpico

Rogério Sampaio / Foto: Reprodução / Esporte

Rio de Janeiro – Por mais que tenha caído nas mãos da população em geral só na virada do milênio, o aparelho celular já era uma realidade entre as autoridades brasileiras no início da década de 90. E foi ele quem conectou o ex-judoca brasileiro Rogério Sampaio após a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, com o então presidente da República, Fernando Collor de Mello.
 
"Foi algo bem rápido, na verdade. Ele disse: 'Rogério, quem está falando aqui é o Fernando Collor, presidente da República. Eu queria lhe parabenizar e dizer que todo o país está muito feliz com a sua conquista. Queria falar para você ficar tranquilo que o Banco do Brasil vai patrociná-lo'. Eu não tinha nem discutido valores, mas já saí de lá com um contrato", relata Sampaio.
 
Hoje com 48 anos e aposentado, o ex-atleta vivia um momento de incertezas naquela época, já que havia voltado dos Jogos Pan-Americanos da modalidade sem medalha. Não seria um problema se todos os outros brasileiros da modalidade tivessem conquistado um pódio.
 
"Eu estava sofrendo muito para perder peso na época. Cheguei totalmente extenuado ao fim da competição", conta Rogério, que foi ouro na categoria até 65kg mas, logo depois, precisou mudar para o peso leve, cujo limite é de 72kg.
 
Na categoria antiga, vivia uma série de tensões para perder peso e se encaixar nos 65kg. “Não li jornais e não tinha visão do que as pessoas esperavam de mim. Estava tão concentrado que não tive tempo de me preocupar com essas questões. E na época a gente não tinha alguns componentes que existem hoje, como a internet”, analisa Rogério.
 
Como o então judoca foi o primeiro brasileiro a subir no lugar mais alto do pódio naquela edição dos Jogos, a vibração foi enorme. Assim que saiu do tatame percebeu a diferença. “E aí já me colocaram o telefone no ouvido, Eu, supersimples, nunca tinha usado um celular. Saí dali falando com o presidente da República, com a imagem divulgada para o Brasil inteiro e com um patrocinador pessoal, algo que eu não tinha”, finaliza o campeão olímpico.
 
Sua comemoração pessoal, lembra, foi mais humilde. Voltou à Vila Olímpica, jantou e saiu com os amigos Aurélio Miguel e Wagner Castropil, ambos judocas. “Voltamos às 4h30. Estávamos felizes, celebrando muito”, conclui, em entrevista ao UOL.
 
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